E o ano de 2011 está chegando ao fim.
Felizmente.
Este foi um ano "peculiar"...
Foi um ano de muitos erros e poucos acertos. Erros grandes e modestos acertos.
Mas foi de longe um ano para se esquecer. Pelo contrário. Este foi um ano para se recordar pelos próximos anos.
Foi um ano de decisões difíceis, mas providenciais. Uma época de encontros e desencontros, de sentimentos antagônicos aproximados como dois polos magnéticos.
Quando foi para ficar triste, eu sorri. Quando foi para sorrir, as coisas sairam do controle.
De forma impressionante eu fui de 0 a 100 em poucos segundos, mas não consegui vencer a primeira curva.
Foi um ano de grandes paixões e de gigantescas decepções. Negócios fracos, poucos retornos financeiros.
Uma época em que os amigos foram negligenciados por minha total inabilidade em lidar com velhos problemas há muito esquecidos.
Mas foi um ano de aprendizagem.
Aprendi que, as vezes, um prêmio de consolação tem mais valor que o prêmio principal.
Aprendi que a Fenix não é só uma ave mitológica, e que realmente possui o poder de renascer das cinzas.
Pude experimentar a antiga teoria de que aprender a vencer é mais difícil do que aprender a perder. Porque o derrotado não tem outra escolha.
Entretanto, o mais importante é que eu sobrevivi a 2011. E pensando bem... ocorreram coisas muito boas.
Somei algumas pessoas especiais em meu convívio, e consegui a tempo me afastar de outras nem tanto assim. Compus uma canção maravilhosa. Escrevi muitas histórias e menti pouco. Experimentei um dos abraços mais gostoso que já ganhei. Senti dor e descobri que esse tipo de dor não pode me matar. Quando precisei, a Serra estava lá a me esperar, e foi capaz de aplacar minhas angustias.
Deste ano restou horizontes mais largos, e a responsabilidade em seguir em frente.
Um grande amigo meu está preocupado com as previsões maias para 2012.
Mas eu sinto que os maias se enganaram. E com um sabor diferente na boca eu digo:
Que venha 2012!
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
domingo, 25 de dezembro de 2011
Dia de Natal
"Eu desejo a você, que todos os seus dias sejam como o natal."
Sempre achei que essa frase fosse algo a ser dito a pessoas definitivamente especiais.
O Natal é mágico.
Independente da sua religião.
Ele acontece ao final de cada ano, em uma estação diferente, nos proporcionando dias diferentes dos dias comuns. Neve no norte e chuva no sul.
O dia de Natal é o dia das famílias, quando todos se reunem em volta de uma mesa para celebrar a alegria.
É o dia em que estamos dispostos a dividir nosso amor com outras pessoas.
Quando eu era criança, além do pouco conhecimento, vivíamos uma situação financeira muito dificil.
Um dia, meu irmão e eu fomos visitar minha tia em sua casa, e nos deparamos com várias bolinhas coloridas e brilhantes. O legal é que pareciam casca de ovo. Quebravam com muita facilidade.
Então começamos a brincar de quebrar as bolinhas.
Meu irmão mais novo que eu, encontrou uma bolinha vermelha, que de tão brilhante refletia nossos rostos pequenos quando nos aproximávamos dela. Acho que ele sempre teve mais cabeça do que todos nós, pois resolveu preservar a bolinha.
Quando minha tia chegou, e encontrou todas as bolinhas espatifadas, teve muita paciência em nos explicar que não podíamos ter feito aquilo. Nos ensinou que aquilo eram enfeites de Natal, que serviam para se enfeitar a árvore para comemorar o aniversário de Jesus.
Ela nos deu a ultima bolinha e pediu para que a pendurássemos numa árvore quando chegássemos em casa.
Ao chegar minha mãe ficou maravilhada com a bolinha, e a penduramos numa mangueira (pé-de-manga) que ficava em frente a casa.
Daquela época até hoje, ainda penduro bolinhas coloridas para celebrar esse dia tão especial.
Apesar de não ser cristão, reconheço que somente um tolo ficaria indiferente ante este dia.
Basta sair às ruas e colher os sorrisos.
Seja pela alegria ao festejar o nascimento de um Cristo.
Seja pela alegria de desfrutar de um presente ganhado.
Seja pela alegria em se esperar a visita de um bom velhinho vestido de vermelho.
Seja pela alegria de rever os entes queridos.
Seja pela esperança em dias melhores.
Luzes, Cores, Cheiros, Sons... Tudo no Natal é diferente.
Até a alma mais fria e cinza se alegra, mesmo que isso se dê após a visita dos 3 espíritos.
Mas todas essas linhas foram para desejar a todos um FELIZ NATAL
Sempre achei que essa frase fosse algo a ser dito a pessoas definitivamente especiais.
O Natal é mágico.
Independente da sua religião.
Ele acontece ao final de cada ano, em uma estação diferente, nos proporcionando dias diferentes dos dias comuns. Neve no norte e chuva no sul.
O dia de Natal é o dia das famílias, quando todos se reunem em volta de uma mesa para celebrar a alegria.
É o dia em que estamos dispostos a dividir nosso amor com outras pessoas.
Quando eu era criança, além do pouco conhecimento, vivíamos uma situação financeira muito dificil.
Um dia, meu irmão e eu fomos visitar minha tia em sua casa, e nos deparamos com várias bolinhas coloridas e brilhantes. O legal é que pareciam casca de ovo. Quebravam com muita facilidade.
Então começamos a brincar de quebrar as bolinhas.
Meu irmão mais novo que eu, encontrou uma bolinha vermelha, que de tão brilhante refletia nossos rostos pequenos quando nos aproximávamos dela. Acho que ele sempre teve mais cabeça do que todos nós, pois resolveu preservar a bolinha.
Quando minha tia chegou, e encontrou todas as bolinhas espatifadas, teve muita paciência em nos explicar que não podíamos ter feito aquilo. Nos ensinou que aquilo eram enfeites de Natal, que serviam para se enfeitar a árvore para comemorar o aniversário de Jesus.
Ela nos deu a ultima bolinha e pediu para que a pendurássemos numa árvore quando chegássemos em casa.
Ao chegar minha mãe ficou maravilhada com a bolinha, e a penduramos numa mangueira (pé-de-manga) que ficava em frente a casa.
Daquela época até hoje, ainda penduro bolinhas coloridas para celebrar esse dia tão especial.
Apesar de não ser cristão, reconheço que somente um tolo ficaria indiferente ante este dia.
Basta sair às ruas e colher os sorrisos.
Seja pela alegria ao festejar o nascimento de um Cristo.
Seja pela alegria de desfrutar de um presente ganhado.
Seja pela alegria em se esperar a visita de um bom velhinho vestido de vermelho.
Seja pela alegria de rever os entes queridos.
Seja pela esperança em dias melhores.
Luzes, Cores, Cheiros, Sons... Tudo no Natal é diferente.
Até a alma mais fria e cinza se alegra, mesmo que isso se dê após a visita dos 3 espíritos.
Mas todas essas linhas foram para desejar a todos um FELIZ NATAL
sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Ela... Eu... Nós e as ruas de fogo
Ela tinha cabelos ondulados e macios, e enquanto a chuva caía ela corria com a desculpa de procurar um abrigo, quando na verdade ela queria era se molhar.
Embaixo do ponto de ônibus ela parou e ficou a me esperar com o olhar de menina levada.
A água já havia parado de cair do céu, mas ruas ainda estavam molhadas e o ar ao nosso redor estava muito úmido.
Naquele lugar da cidade, a fraca iluminação pública era reforçada por tambores incandescentes que os moradores de rua acendiam para se aquecer. Ali era um antro de prostitutas e vagabundos, mas naquele momento nos sentimos em casa ali.
A polícia com toda a sua corrupção nos procuravam. Mas eu estava armado, livre e ela estava ao meu lado.
E ela se sentia segura ao meu lado, e aparentemente estava feliz.
O mundo ao nosso redor desabava, mas ela não parava de sorrir.
Eu não tinha futuro, não sabia para aonde ir. Só tinha pela frente a incerteza e o pouco tempo.
A qualquer momento eu seria morto ou preso.
Mas naquele momento eu estava com ela. E naquele momento só tínhamos os caminhos incertos de ruas de fogo.
Embaixo do ponto de ônibus ela parou e ficou a me esperar com o olhar de menina levada.
A água já havia parado de cair do céu, mas ruas ainda estavam molhadas e o ar ao nosso redor estava muito úmido.
Naquele lugar da cidade, a fraca iluminação pública era reforçada por tambores incandescentes que os moradores de rua acendiam para se aquecer. Ali era um antro de prostitutas e vagabundos, mas naquele momento nos sentimos em casa ali.
A polícia com toda a sua corrupção nos procuravam. Mas eu estava armado, livre e ela estava ao meu lado.
E ela se sentia segura ao meu lado, e aparentemente estava feliz.
O mundo ao nosso redor desabava, mas ela não parava de sorrir.
Eu não tinha futuro, não sabia para aonde ir. Só tinha pela frente a incerteza e o pouco tempo.
A qualquer momento eu seria morto ou preso.
Mas naquele momento eu estava com ela. E naquele momento só tínhamos os caminhos incertos de ruas de fogo.
sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
Tumulto no Super Mercado
Final de expediente.
Lá fora chovia sem parar a mais de dois dias.
Foi difícil encontrar uma vaga no estacionamento, isso sem contar que meu carro ficou longe da entrada do supermercado lotado.
Final de ano é sempre assim. Todo mundo querendo comprar. Todo tipo de pessoa se acotovelando entre as prateleiras e filas... muitas filas.
Filas de carros no estacionamento, filas de carrinhos nos corredores, filas de gente nas balanças, e por aí vai. E foi na fila do caixa que tudo aconteceu.
Um desgraçado ouvia um som pelos fones, que estava tão alto que as pessoas da fila podiam ouvir bem a letra do funk carioca. Eu respirei e pensei com meus botões: esse aí vai usar aparelho auditivo antes da aposentadoria.
Acontece que de pé em um carrinho, havia uma criança de colo, um menininho que ainda nem sabia andar, mas que já escutava muito bem. E bonitinho escutou o som do funk, e começou a flexionar as pernas fazendo subir e descer o corpo.
Eu notei a cena, não pude deixar de sorrir do menino, mas me manti atento na fila. O problema é que a mãe do garoto e as outras pessoas da fila também notaram.
Começou com a mãe:
- Noooooosssa Robison... você tá dançannno táá??? Oia Cleidy, oia o robim dançano!!!
Então a Cleidy empolgada pede para o playboy aumentar o volume do som.
O carinha achando que estava bombando, resolveu retirar o fone, e o batidão do MC "alguém" ficou nítido para todos da fila.
E o povo começou a aglomerar ao lado do carrinho onde estava o menino, e a fila deixou de ser fila e virou um amontoado de gente.
Todo mundo de celular em mãos filmando o Robinho.
Nisso a Cleidy segurou no carrinho, empinou a bunda mal protegida por um shortinho curto, e começou a rebolar, disputando a cena com o Robinho que já estava até suado de tanto subir e descer o corpo.
A galera então começou gritar agitando o bagulho:
- IUUUUUHUUUUU!!!
- DESCE ORDINÁRIA!!!
- REBOLA CACHORRA!!!
E a Cleidy rebolava, e os celulares filmavam e a mãe do Robinho gritava:
- Gente bota no face, bota no face!
O tumulto foi tanto que os seguranças foram obrigados a intervir, e neste mesmo momento, como não havia mais fila, eu me dirigi ao caixa deixando a galera protestando contra a ação dos seguranças que atrapalhavam aquela manifestação popular e saudável.
Deixei o supermercado sob uma chuva bem fina, e no caminho do carro pensei em um trecho da música do Falcão: "É por isso que o Brasil não vai pra frente"
Lá fora chovia sem parar a mais de dois dias.
Foi difícil encontrar uma vaga no estacionamento, isso sem contar que meu carro ficou longe da entrada do supermercado lotado.
Final de ano é sempre assim. Todo mundo querendo comprar. Todo tipo de pessoa se acotovelando entre as prateleiras e filas... muitas filas.
Filas de carros no estacionamento, filas de carrinhos nos corredores, filas de gente nas balanças, e por aí vai. E foi na fila do caixa que tudo aconteceu.
Um desgraçado ouvia um som pelos fones, que estava tão alto que as pessoas da fila podiam ouvir bem a letra do funk carioca. Eu respirei e pensei com meus botões: esse aí vai usar aparelho auditivo antes da aposentadoria.
Acontece que de pé em um carrinho, havia uma criança de colo, um menininho que ainda nem sabia andar, mas que já escutava muito bem. E bonitinho escutou o som do funk, e começou a flexionar as pernas fazendo subir e descer o corpo.
Eu notei a cena, não pude deixar de sorrir do menino, mas me manti atento na fila. O problema é que a mãe do garoto e as outras pessoas da fila também notaram.
Começou com a mãe:
- Noooooosssa Robison... você tá dançannno táá??? Oia Cleidy, oia o robim dançano!!!
Então a Cleidy empolgada pede para o playboy aumentar o volume do som.
O carinha achando que estava bombando, resolveu retirar o fone, e o batidão do MC "alguém" ficou nítido para todos da fila.
E o povo começou a aglomerar ao lado do carrinho onde estava o menino, e a fila deixou de ser fila e virou um amontoado de gente.
Todo mundo de celular em mãos filmando o Robinho.
Nisso a Cleidy segurou no carrinho, empinou a bunda mal protegida por um shortinho curto, e começou a rebolar, disputando a cena com o Robinho que já estava até suado de tanto subir e descer o corpo.
A galera então começou gritar agitando o bagulho:
- IUUUUUHUUUUU!!!
- DESCE ORDINÁRIA!!!
- REBOLA CACHORRA!!!
E a Cleidy rebolava, e os celulares filmavam e a mãe do Robinho gritava:
- Gente bota no face, bota no face!
O tumulto foi tanto que os seguranças foram obrigados a intervir, e neste mesmo momento, como não havia mais fila, eu me dirigi ao caixa deixando a galera protestando contra a ação dos seguranças que atrapalhavam aquela manifestação popular e saudável.
Deixei o supermercado sob uma chuva bem fina, e no caminho do carro pensei em um trecho da música do Falcão: "É por isso que o Brasil não vai pra frente"
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
Correndo no parque
Mais um dia chega ao fim.
E como todos os dias, nos ultimos dias, aqui estou eu a correr pelo parque.
Porque correr no parque é um resumo da vida.
A gente começa com uma caminhada tímida. Sentindo o terreno, aprendendo a pegar o rítmo e quando percebe já está correndo.
Hoje eu corro sozinho, mas já corri acompanhado muitas vezes, mas quem me acompanhava foi ficando para tras, ou partiu à minha frente.
E de acordo com o rítmo, pessoas vão, e ficam.
Enquanto corro, estou atento a tudo. O carro que passa, a garota de colante rosa choque, a bicicleta que atravessa a pista para pedestres, o carrinho de bebê, os amantes no gramado, o chafariz que hoje não foi ligado, a luz que se ascende no poste, a barraca de coco verde que não abriu.
Os cachorros, eu já conheço pelos nomes. Engraçado saber o nome dos cães e não conhecer seus donos. Mas quem corre, não tem tempo para conhecer ninguém.
Enquanto corro, ouço fragmentos de conversas. Planos, lamentos, histórias. Só fragmentos, pois eu tenho que correr, e as conversas ficam para tras.
As pessoas que correm ou caminham pelo parque, com seus tenis limpos e seus fones de ouvidos não olham para mim. Talvez meu rítmo seja mais rápido, ou mais lento... Talvez seja apenas diferente.
As vezes alguém me direciona um olhar rápido. E a duração deste olhar depende do rítimo de nossas corridas.
Isso não importa, pois o importante é correr.
Porque correr no parque é um resumo da vida
E como todos os dias, nos ultimos dias, aqui estou eu a correr pelo parque.
Porque correr no parque é um resumo da vida.
A gente começa com uma caminhada tímida. Sentindo o terreno, aprendendo a pegar o rítmo e quando percebe já está correndo.
Hoje eu corro sozinho, mas já corri acompanhado muitas vezes, mas quem me acompanhava foi ficando para tras, ou partiu à minha frente.
E de acordo com o rítmo, pessoas vão, e ficam.
Enquanto corro, estou atento a tudo. O carro que passa, a garota de colante rosa choque, a bicicleta que atravessa a pista para pedestres, o carrinho de bebê, os amantes no gramado, o chafariz que hoje não foi ligado, a luz que se ascende no poste, a barraca de coco verde que não abriu.
Os cachorros, eu já conheço pelos nomes. Engraçado saber o nome dos cães e não conhecer seus donos. Mas quem corre, não tem tempo para conhecer ninguém.
Enquanto corro, ouço fragmentos de conversas. Planos, lamentos, histórias. Só fragmentos, pois eu tenho que correr, e as conversas ficam para tras.
As pessoas que correm ou caminham pelo parque, com seus tenis limpos e seus fones de ouvidos não olham para mim. Talvez meu rítmo seja mais rápido, ou mais lento... Talvez seja apenas diferente.
As vezes alguém me direciona um olhar rápido. E a duração deste olhar depende do rítimo de nossas corridas.
Isso não importa, pois o importante é correr.
Porque correr no parque é um resumo da vida
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
chobitS II
Abrindo mais uma gaveta eu encontrei uma coleçaõ de mangás que eu havia me esquecido que havia guardado.
Chobits...
Já falei sobre esses quadrinhos aqui.
Lindo, Leve, Suave, Doce...
Ahhhhh a "Chi"
Como uma obra da ficção pode ser tão semelhante a vida real?
Um dia, alguém me disse: "Guarde muito bem todas as cartas, bilhetes, cartões, fotos, em fim, tudo relacionado a vocês. Esse será o registro da história que vocês viveram."
Por algum motivo, todos todos estes registros ainda existem. Sobreviveram a crises existenciais, ciúmes doentios, decisões erradas ou duvidosas.
Mas mesmo que todos os registros oficiais, se perdessem, ainda existiria "Chobits"...
A nossa história. Contada página por página. Nossas alegrias e tristezas.
Encontros e desencontros.
E principalmente os detalhes do bem querer.
"na cidade sem ninguém, à procura da pessoa só para mim"
Chobits...
Já falei sobre esses quadrinhos aqui.
Lindo, Leve, Suave, Doce...
Ahhhhh a "Chi"
Como uma obra da ficção pode ser tão semelhante a vida real?
Um dia, alguém me disse: "Guarde muito bem todas as cartas, bilhetes, cartões, fotos, em fim, tudo relacionado a vocês. Esse será o registro da história que vocês viveram."
Por algum motivo, todos todos estes registros ainda existem. Sobreviveram a crises existenciais, ciúmes doentios, decisões erradas ou duvidosas.
Mas mesmo que todos os registros oficiais, se perdessem, ainda existiria "Chobits"...
A nossa história. Contada página por página. Nossas alegrias e tristezas.
Encontros e desencontros.
E principalmente os detalhes do bem querer.
"na cidade sem ninguém, à procura da pessoa só para mim"
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
De volta
Em verdade, parece que estou despertando.
Não era um sonho... nem um pesadelo.
Longe de ser um sono profundo... ou mesmo um cochilo.
Mas em um piscar de olhos tudo que antes existia já não existe mais.
Em lugar das cores ficou um imenso branco.
Não há tempo para lágrimas. Elas iriam turvar minha visão.
Não é momento para gritos. Eles cessariam minha voz.
Não é hora de pensar. Nenhum pensamento é confiável quando se necessita de sentimentos.
O branco vem da tua pele.
O preto de minha sombra.
O amarelo dos teus cabelos.
O vermelho dos teus lábios.
Os azuis dos teus olhos.
Escuto uma música suave em algum lugar.
Respiro fundo.
É hora de voltar a colorir.
Não era um sonho... nem um pesadelo.
Longe de ser um sono profundo... ou mesmo um cochilo.
Mas em um piscar de olhos tudo que antes existia já não existe mais.
Em lugar das cores ficou um imenso branco.
Não há tempo para lágrimas. Elas iriam turvar minha visão.
Não é momento para gritos. Eles cessariam minha voz.
Não é hora de pensar. Nenhum pensamento é confiável quando se necessita de sentimentos.
O branco vem da tua pele.
O preto de minha sombra.
O amarelo dos teus cabelos.
O vermelho dos teus lábios.
Os azuis dos teus olhos.
Escuto uma música suave em algum lugar.
Respiro fundo.
É hora de voltar a colorir.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Valhalla na Terra
Acordo cedo.
Visto a farda camuflada, calço o coturno, olho no espelho e acho graça quando me lembro de quando ela disse que "minha mãe iria se orgulhar em me ver vestido assim." Imagino que ela realmente não me conhecia bem, e nunca conheceu a minha mãe.
Vou para a cozinha tomar um café e da sacada, observo a manha nublada de feriado. A cidade lá embaixo está parada, calma, indiferente à tudo o que vai acontecer na mata hoje.
Jogo a mochila com os equipamentos no carro e vou para a saída da cidade, onde fica a mata e onde todos os outros já estão a me esperar.
Não sou o primeiro a chegar, mas também não sou o ultimo. E enquanto os últimos não chegam, o tempo vai passando e vou conversando com os amigos que vão se equipando.
Eu também me equipo. Coloco o colete, mais por estética que por proteção. As joelheiras e as luvas são necessidades reais, assim como a bala clava que esconde meu rosto. Mas é quando coloco a máscara que Eu desapareço e surge o soldado.
Quando um Player se equipa ele deixa para trás seus problemas, dificuldades, limitações e se transforma em um herói, uma lenda, o personagem principal da história que terá para contar nas boas conversas nas rodas de amigos nos campos, cenários e botecos.
Jogar Paintball é como brincar de policia e ladrão, guerra ou bang bang depois de grande. E se você não tem vergonha de assumir que ainda é criança e não cresceu, então você tem a oportunidade de ser feliz sem preconceitos.
O Paintball é como o Valhalla na terra. É onde os guerreiros se enfrentam entre si e depois sujos de tintas renascem festejando a honra e a gloria de seus feitos.
E hoje na safe zone temos um belo contingente, entre Prós e Novatos, todos dispostos a encarar o desafio de derrotar seus adversários naquele cenário de guerra.
Meu time é escolhido e como Player Pró, me incumbo em comandar um batalhão de novatos. Somos responsáveis pela segurança do lado da cerca e dar apoio ao batalhão que irá avançar pelo meio.
Gosto de comandar novatos dispostos. Eles obedecem, se esforçam em fazer tudo certo. Têm mais medo de colocar o jogo à perder do que tomar tinta, e acho que é por isso que eles são guerreiros tão importantes. Eles se dedicam e sabem escutar. Hoje dei sorte. Esses novatos são bons. Muito melhor do que eu quando comecei.
O jogo será no estilo mata-mata. Ganha o time que eliminar o ultimo player adversário.
Soa o sinal.
Começa o game.
Sigo na frente do batalhão correndo por entre o mato. Tomando território, estabelecendo o perímetro até o ponto em que visualizo a movimentação inimiga logo a frente.
Recuo e distribuo cada soldado em uma posição estratégica.
Torno a avançar. Obstáculo por obstáculo. Primeiro uma árvore. Logo uma depressão no terreno. Um tronco caído.
Observo que como espelho do meu lado esquerdo, um novato me acompanha, fazendo a cobertura perfeita do lado mais vulnerável do campo. E mais uma vez me impressiono como estes caras são muito melhores que eu quando comecei.
Viajo no tempo e me recordo de que em minha primeira vez na mata, demorei quase cinco minutos para deixar o primeiro obstáculo. Mas aquele tempo há muito ficou para trás. Agora lidero um pelotão que em menos de cinco minutos de jogo derruba o flanco inimigo, e já está fazendo a volta pela mata.
O batalhão do nosso time que vinha pelo meio, percebe nosso avanço e informa o batalhão do outro lado que os inimigos estão cercados. Na formação de vanguarda, os poucos guerreiros inimigos que restaram não têm proteção alguma e serão alvos fáceis para os novatos treinar a pontaria.
Acabou.
O game chega ao fim em menos de dez minutos.
Todos os players deixam a mata. A farda está quente. Meu corpo molhado de suor. E quando levanto a máscara já fora da mata, sinto a brisa fresca em meu rosto. Olho para o guerreiro ao meu lado e digo "Bom Jogo! Muito Bom Jogo!"
Dividimos a mesma felicidade.
Uma felicidade momentânea, efêmera, infantil. Mas é felicidade, em todos os sentidos.
Hoje é um bom dia para jogar Paintball. No proximo game posso tomar um head shot no start, deixando o jogo bem no começo. Mas isso não importa.
Vejo os players deixando a mata, prós e novatos, sujos de tinta ou imaculados. Todos estão sorrindo. Alguns reclamam mas logo se contagiam com a esperança no proximo game. Todos estão festejando.
Definitivamente Paintball é o Valhalla na terra!
Visto a farda camuflada, calço o coturno, olho no espelho e acho graça quando me lembro de quando ela disse que "minha mãe iria se orgulhar em me ver vestido assim." Imagino que ela realmente não me conhecia bem, e nunca conheceu a minha mãe.
Vou para a cozinha tomar um café e da sacada, observo a manha nublada de feriado. A cidade lá embaixo está parada, calma, indiferente à tudo o que vai acontecer na mata hoje.
Jogo a mochila com os equipamentos no carro e vou para a saída da cidade, onde fica a mata e onde todos os outros já estão a me esperar.
Não sou o primeiro a chegar, mas também não sou o ultimo. E enquanto os últimos não chegam, o tempo vai passando e vou conversando com os amigos que vão se equipando.
Eu também me equipo. Coloco o colete, mais por estética que por proteção. As joelheiras e as luvas são necessidades reais, assim como a bala clava que esconde meu rosto. Mas é quando coloco a máscara que Eu desapareço e surge o soldado.
Quando um Player se equipa ele deixa para trás seus problemas, dificuldades, limitações e se transforma em um herói, uma lenda, o personagem principal da história que terá para contar nas boas conversas nas rodas de amigos nos campos, cenários e botecos.
Jogar Paintball é como brincar de policia e ladrão, guerra ou bang bang depois de grande. E se você não tem vergonha de assumir que ainda é criança e não cresceu, então você tem a oportunidade de ser feliz sem preconceitos.
O Paintball é como o Valhalla na terra. É onde os guerreiros se enfrentam entre si e depois sujos de tintas renascem festejando a honra e a gloria de seus feitos.
E hoje na safe zone temos um belo contingente, entre Prós e Novatos, todos dispostos a encarar o desafio de derrotar seus adversários naquele cenário de guerra.
Meu time é escolhido e como Player Pró, me incumbo em comandar um batalhão de novatos. Somos responsáveis pela segurança do lado da cerca e dar apoio ao batalhão que irá avançar pelo meio.
Gosto de comandar novatos dispostos. Eles obedecem, se esforçam em fazer tudo certo. Têm mais medo de colocar o jogo à perder do que tomar tinta, e acho que é por isso que eles são guerreiros tão importantes. Eles se dedicam e sabem escutar. Hoje dei sorte. Esses novatos são bons. Muito melhor do que eu quando comecei.
O jogo será no estilo mata-mata. Ganha o time que eliminar o ultimo player adversário.
Soa o sinal.
Começa o game.
Sigo na frente do batalhão correndo por entre o mato. Tomando território, estabelecendo o perímetro até o ponto em que visualizo a movimentação inimiga logo a frente.
Recuo e distribuo cada soldado em uma posição estratégica.
Torno a avançar. Obstáculo por obstáculo. Primeiro uma árvore. Logo uma depressão no terreno. Um tronco caído.
Observo que como espelho do meu lado esquerdo, um novato me acompanha, fazendo a cobertura perfeita do lado mais vulnerável do campo. E mais uma vez me impressiono como estes caras são muito melhores que eu quando comecei.
Viajo no tempo e me recordo de que em minha primeira vez na mata, demorei quase cinco minutos para deixar o primeiro obstáculo. Mas aquele tempo há muito ficou para trás. Agora lidero um pelotão que em menos de cinco minutos de jogo derruba o flanco inimigo, e já está fazendo a volta pela mata.
O batalhão do nosso time que vinha pelo meio, percebe nosso avanço e informa o batalhão do outro lado que os inimigos estão cercados. Na formação de vanguarda, os poucos guerreiros inimigos que restaram não têm proteção alguma e serão alvos fáceis para os novatos treinar a pontaria.
Acabou.
O game chega ao fim em menos de dez minutos.
Todos os players deixam a mata. A farda está quente. Meu corpo molhado de suor. E quando levanto a máscara já fora da mata, sinto a brisa fresca em meu rosto. Olho para o guerreiro ao meu lado e digo "Bom Jogo! Muito Bom Jogo!"
Dividimos a mesma felicidade.
Uma felicidade momentânea, efêmera, infantil. Mas é felicidade, em todos os sentidos.
Hoje é um bom dia para jogar Paintball. No proximo game posso tomar um head shot no start, deixando o jogo bem no começo. Mas isso não importa.
Vejo os players deixando a mata, prós e novatos, sujos de tinta ou imaculados. Todos estão sorrindo. Alguns reclamam mas logo se contagiam com a esperança no proximo game. Todos estão festejando.
Definitivamente Paintball é o Valhalla na terra!
domingo, 13 de novembro de 2011
Quando a luz se acender
Queria te dizer algumas palavras...
... Mas logo percebi que não seria suficiente.
Pensei então em te escrever um poema...
... Então vi que não iria atingir meus objetivos.
Resolvi fazer uma música...
... Só que alguém já compôs uma música com o som e a letra que eu queria te fazer.
Fica com essa música.
Finja que fui eu quem escrevi.
Sorria se te lembrar alguma coisa, algum instante ou alguém.
Mas esqueça assim que a luz se acender e começar a sua vida.
... Mas logo percebi que não seria suficiente.
Pensei então em te escrever um poema...
... Então vi que não iria atingir meus objetivos.
Resolvi fazer uma música...
... Só que alguém já compôs uma música com o som e a letra que eu queria te fazer.
Fica com essa música.
Finja que fui eu quem escrevi.
Sorria se te lembrar alguma coisa, algum instante ou alguém.
Mas esqueça assim que a luz se acender e começar a sua vida.
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Momentos Finais
Ela havia acabado de dizer que não dava mais para continuar quando fechei a porta atrás de mim.
Um misto de felicidade, surpresa e decepção tomaram conta do meu interno enquanto eu me dirigia ao quarto ao lado. Eram apenas poucos metros, mas pareceu uma longa caminhada.
Faltavam mais de duas horas para a cerimônia de casamento. Então deitei naquela cama de hotel, mas não dormi. Fiz companhia para meus pensamentos tumultuados, até dar a hora de cumprir com o compromisso.
Pontualmente, ela chamou à porta do quarto, e para minha surpresa estava maravilhosa. A ponto de ofuscar a beleza da própria noiva. Era como se tivesse planejado aquilo minuciosamente para me ferir.
Mas como todos os planos estão sujeitos ao acaso, por um acaso do destino, havia na cerimônia outra mulher ainda mais deslumbrante, capaz de chamar todas as atenções para sua presença. Uma mulher que distoava de todos os presentes, como se não fizesse parte daquele mundo. Cabelos claros quase brancos, sobre uma pele alva e perfumada enfeitada por um par de olhos azuis e um sorriso devastador.
Ela então olhou para aquela mulher e em seu íntimo percebi que reconhecera que aquela criatura a ofuscou.
- Quem é aquela garota tão linda?
- Qual?
- Aquela de vestido verde e cabelos loiros...
- Não sei. Acho que não a conheceço - disse com sinceridade.
Finda a cerimônia, fomos à festa, da mesma forma que chegamos: de mãos dadas.
Ficamos em uma mesa de amigos. E a pergunta que nunca se deixa de fazer aos casais solteiros em uma festa de casamento, nos era direcionada a todo o instante. E acada vez que alguém perguntava ela levantava com a desculpa de buscar uma bebida. Uma situação verdadeiramente constrangedora, principalmente quando os mais íntimos percebiam o que estava acontecendo.
E tantas foram as bebidas que ela buscou, que ainda nem havíamos chegado à metade da festa quando ela se tornou inconveniente. Uma alegria excessiva lhe invadiu, juntamente com uma coragem de tomar pequenas decisões que certamente não eram as mais adequadas. E o pior de tudo naquele nível de embriagues é a intimidade que o ébrio cria com seres que não conhece.
Eu procurava a todo instante uma oportunidade de chama-la para irmos. A festa para mim havia terminado antes mesmo de começar.
Mas eis que em um determinado momento ela chegou trazendo consigo a garota loira de olhos azuis. Em seu juizo de bêbada, queria me apresentar a mulher mais linda da festa.
- "F" queria te apresentar a "minha amiga" que acabei de conhecer - e segurando o braço da garota ela o estendeu em minha direção - esse é o "meu amigo F".
Para a surpresa dela e confesso também minha, a garota de olhos claros me olhou fixamente e sorriu dizendo:
- Mas eu já conheço muito bem o seu amigo F. Na verdade ele é meu amigo também. É uma surpresa encontrar você aqui - disse se desvencilhando das mãos dela e procurando meus braços para um abraço. Daqueles que só os íntimos se dão o direito de dividir.
- B, como você mudou. Mas seus olhos continuam os mesmos. - disse a ela após aquele abraço.
E realmente eu só havia me recordado dela quando seus olhos fitaram os meus.
Trocamos algumas poucas palavras e logo nos despedimos prometendo nos rever em outra oportunidade.
Enquanto isso. Ela estava ao meu lado. Imóvel. Impassível. Descrente do que acabava de assistir.
Olhei diretamente para ela, logo que B virou as costas.
- Agora vamos embora? - disse.
- Vamos... - respondeu vencida.
domingo, 6 de novembro de 2011
Numa manha de domingo
Hoje acordei com a necessidade de escrever.
Falar dos males que atingem a humanidade e da bondade que escondida ainda nos surpreende.
Falar dos homens, das mulheres e da eterna e natural razão dos relacionamentos entre os sexos opostos.
Falar das crianças, da infância, da saudade e de como é bom reviver tudo isso nas novas gerações.
Queria falar da natureza, mas não me senti preparado para isso... não neste momento.
Queria falar dos amores, das paixões, das loucuras, mas me senti muito frágil para tocar neste assunto.
Queria falar de uma estrada, um caminho, uma saída... mas ainda estou procurando.
Mesmo com a necessidade de escrever, olhei pela janela e vi um lindo dia lá fora.
Que me desculpem as letras, mas vou ali viver um pouco.
Já volto
Falar dos males que atingem a humanidade e da bondade que escondida ainda nos surpreende.
Falar dos homens, das mulheres e da eterna e natural razão dos relacionamentos entre os sexos opostos.
Falar das crianças, da infância, da saudade e de como é bom reviver tudo isso nas novas gerações.
Queria falar da natureza, mas não me senti preparado para isso... não neste momento.
Queria falar dos amores, das paixões, das loucuras, mas me senti muito frágil para tocar neste assunto.
Queria falar de uma estrada, um caminho, uma saída... mas ainda estou procurando.
Mesmo com a necessidade de escrever, olhei pela janela e vi um lindo dia lá fora.
Que me desculpem as letras, mas vou ali viver um pouco.
Já volto
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
INVEJA???
Recentemente descobri que nunca me preocupei com a inveja, com os invejosos, com o "olho gordo", com as pessoas que me desejam o mal.
Nas redes sociais, por exemplo, estou sempre vendo pessoas preocupadíssimas com essa questão da inveja e dos invejosos.
Sempre que estou no trânsito, me deparo com algum adesivo no pára-brisa traseiro no qual se lê "xô olho gordo", "a intensidade da s...ua inveja é a velocidade do meu sucesso", "protegido contra invejosos"... e por aí vai.
Sinceramente, eu nunca me preocupei com isso.
Em parte, deve ser por conta da minha insignificante existência, a final, o que teria eu de tão especial para despertar a inveja em meus semelhantes.
Talvez seja também porque tenho a felicidade de me relacionar sempre com pessoas boas e maravilhosas, que como todas as outras têm defeitos, mas suas qualidades são inquestionáveis e sempre fazem a diferença na balança dos relacionamentos.
Seria muita pré potência de minha parte acreditar que o que tenho atrai a cobiça dos que me cercam.
Seria muita arrogância imaginar que sou tão melhor que meu próximo, ou menosprezá-lo acreditando que ele está tão inferior a mim.
Seria muita ingenuidade acreditar que meus tropeços, minhas desventuras, minhas escorregadas na estrada da vida são frutos da má vontade de outros seres humanos que nasceram, cresceram e estão crescendo, que buscam evoluir, cada um na sua velocidade e condição.
Quase tudo o que me acontece é resultado dos meus atos, e quando sou atingido pela ação de outros, foi consequencia do meu despreparo e da minha total incompetência em relação ao meu proximo e suas deficiências.
Quando eu me preocupo com a inveja dos outros para comigo, estou inflando um balão chamado "vaidade". Um balão que sobe, sobe, sobe... acima dos demais. Porém como todo balão, depois de certo tempo, cai e acaba em chamas, queimando muita gente, inclusive a mim mesmo.
Recentemente descobri, que antes de me preocupar com a inveja alheia, tenho que me preocupar em cultivar minha simplicidade, minha humildade, minha simpatia para com todos os que me cercam.
Me preocupar com a inveja alheia, é como me preocupar com o Diabo e esquecer a grandeza de um Deus que me sustenta.
Quantos "inimigos" não soltariam as pedras que empunhavam diante de um sorriso sincero?
Quantas ofensas não seriam repudiadas com o silêncio de um ouvinte paciente e tolerante?
Quantas amizades não teriam sido preservadas com a prudência e a cautela de escutar, refletir e amadurecer os pensamentos antes de retrucar?
Enfim, descobri que antes de me preocupar com os sentimentos dos outros, preciso cultivar em mim bons sentimentos e qualidades que me elevam acima de todas as dificuldades que minha existência me reserva.
O falcão, do alto do azul do céu, nunca tomou conhecimento da serpente que se arrasta na imundice do pântano.
(FELDON)
terça-feira, 1 de novembro de 2011
FAZENDO AS PAZES COM O CUPIDO
Hoje decidi fazer as pazes com o Cupido.
Sim... Percebi que por pior que tenham sido as consequências, pior seria se eu não tivesse tentado.
Quantas pessoas não passam por este mundo sem ter conhecido o doce sabor de uma paixão?
A angustia da espera por um telefonema, seguido da alegria incontrolável que toma conta do ser quando aquele telefone toca.
Quantas pessoas irão deixar essa vida sem olhar... nos olhos de alguém tal qual o ladrão fita o mais belo dos diamantes. Sentir desejo de desejar e ser desejado.
Se preparar para dizer tudo o que se sente e quando chegar a hora gaguejar diante da pessoa amada. Ficar mudo. Dizer besteira. E ainda assim ficar feliz ao receber como resposta um simples "Oi" seguido de um sorriso como merecimento pelo seu esforço.
Quantas pessoas envelhecem serenas e sentradas, mas dariam tudo para terem se sentido bobas e idiotas, por terem sonhado, acreditado, arriscado, apostado mais alto do que poderiam pagar.
Nenhum sofrimento poderia ser maior que a incerteza, a dúvida e o arrependimento de não ter tentado. De não ter histórias para contar ou relembrar.
A lembrança de um olhar, um sorrizo, um cheiro, um toque, um momento, um instante, uma possibilidade.
As paixões, todas, desde as mais arrebatadoras e exageradas como aquela cantada pelo Cazuza, até as mais platônicas, puras e singelas como a do Charlie Brown pela Garotinha ruiva. Todas nos fazem sentir que estamos vivos, ou nos fazem recordar que um dia vivemos.
Que vivemos bem.
Que vivemos intensamente.
Que vivemos plenamente os momentos que chamamos de Felicidade.
Não se sinta culpado se você amou demais. Você não pode ter culpa em ter mais sorte que os outros.
Não se sinta culpado por ter dito "Eu te amo" várias vezes, quando naqueles momentos aquelas palavras foram ditas (ou gritadas) pelo seu coração.
Depois destas reflexões, fiz as pazes com o cupido... Aceitei a sina e resolvi me deixar apaixonar mais uma vez, e outra, e outra... até o amor chegar para ficar.
Sim... Percebi que por pior que tenham sido as consequências, pior seria se eu não tivesse tentado.
Quantas pessoas não passam por este mundo sem ter conhecido o doce sabor de uma paixão?
A angustia da espera por um telefonema, seguido da alegria incontrolável que toma conta do ser quando aquele telefone toca.
Quantas pessoas irão deixar essa vida sem olhar... nos olhos de alguém tal qual o ladrão fita o mais belo dos diamantes. Sentir desejo de desejar e ser desejado.
Se preparar para dizer tudo o que se sente e quando chegar a hora gaguejar diante da pessoa amada. Ficar mudo. Dizer besteira. E ainda assim ficar feliz ao receber como resposta um simples "Oi" seguido de um sorriso como merecimento pelo seu esforço.
Quantas pessoas envelhecem serenas e sentradas, mas dariam tudo para terem se sentido bobas e idiotas, por terem sonhado, acreditado, arriscado, apostado mais alto do que poderiam pagar.
Nenhum sofrimento poderia ser maior que a incerteza, a dúvida e o arrependimento de não ter tentado. De não ter histórias para contar ou relembrar.
A lembrança de um olhar, um sorrizo, um cheiro, um toque, um momento, um instante, uma possibilidade.
As paixões, todas, desde as mais arrebatadoras e exageradas como aquela cantada pelo Cazuza, até as mais platônicas, puras e singelas como a do Charlie Brown pela Garotinha ruiva. Todas nos fazem sentir que estamos vivos, ou nos fazem recordar que um dia vivemos.
Que vivemos bem.
Que vivemos intensamente.
Que vivemos plenamente os momentos que chamamos de Felicidade.
Não se sinta culpado se você amou demais. Você não pode ter culpa em ter mais sorte que os outros.
Não se sinta culpado por ter dito "Eu te amo" várias vezes, quando naqueles momentos aquelas palavras foram ditas (ou gritadas) pelo seu coração.
Depois destas reflexões, fiz as pazes com o cupido... Aceitei a sina e resolvi me deixar apaixonar mais uma vez, e outra, e outra... até o amor chegar para ficar.
(FELDON)
domingo, 30 de outubro de 2011
Ahhh O Futuro!!!
Amanda é uma bela garotinha de tranças compridas e cor de mel, mas ainda não descobriu que tem cancer e o que o tratamento fará com seus cabelos.
Rafaela é uma garotinha magra, alta e sem graça que mora no final da rua, e ainda não sabe que quando fizer 19 anos será eleita a modelo mais cara do mundo.
Ronald é um belo garoto que veio de Londres com seus pais passar férias no Brasil, mas ainda não sabe que o tio da praia não é um homem confiável.
Leopoldo é um garoto forte e brigão, mas um dia irá ser chamada de Lêlê pelas outras Drags de Manhatan.
Rafaela é uma garotinha magra, alta e sem graça que mora no final da rua, e ainda não sabe que quando fizer 19 anos será eleita a modelo mais cara do mundo.
Ronald é um belo garoto que veio de Londres com seus pais passar férias no Brasil, mas ainda não sabe que o tio da praia não é um homem confiável.
Leopoldo é um garoto forte e brigão, mas um dia irá ser chamada de Lêlê pelas outras Drags de Manhatan.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Tateando no escuro...
Há quanto tempo eu estou por aqui
Andando, tropeçando, tateando no escuro do teu querer que muitas vezes não quer assim tão bem.
Há quanto tempo eu procurei em você
As coisas que eu a via mostrar para o resto do mundo e ocultava da minha presença.
Há quanto tempo voce achou que eu iria seguir neste rítimo...
... E por isso eu vou,
Antes que a morte venha
Ou pior que isso... Antes que eu viva uma vida miserável
Andando, tropeçando, tateando no escuro do teu querer que muitas vezes não quer assim tão bem.
Há quanto tempo eu procurei em você
As coisas que eu a via mostrar para o resto do mundo e ocultava da minha presença.
Há quanto tempo voce achou que eu iria seguir neste rítimo...
... E por isso eu vou,
Antes que a morte venha
Ou pior que isso... Antes que eu viva uma vida miserável
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Que venha!
É quase meia noite.
Acabo de sair do cinema, sozinho... como entrei.
A noite aqui fora está fria, e minha jaqueta de couro faz com que eu a sinta muito agradável, perfeita para andar a esmo durante horas.
Andar e pensar. E depois, como sempre não chegar a nenhum lugar e sem nenhuma conclusão.
Só que eu fiz o contrário...
Decido correr para casa. Para minha cama, meu travesseiro...
... me preparar para o dia de amanha.
Independente do que virá estarei esperando.
Tenho tudo para me sentir triste...
Mas não estou.
Tenho tudo para me sentir inseguro...
Mas não estou.
Que venha um bom sono! Que venha o dia de amanha!
Acabo de sair do cinema, sozinho... como entrei.
A noite aqui fora está fria, e minha jaqueta de couro faz com que eu a sinta muito agradável, perfeita para andar a esmo durante horas.
Andar e pensar. E depois, como sempre não chegar a nenhum lugar e sem nenhuma conclusão.
Só que eu fiz o contrário...
Decido correr para casa. Para minha cama, meu travesseiro...
... me preparar para o dia de amanha.
Independente do que virá estarei esperando.
Tenho tudo para me sentir triste...
Mas não estou.
Tenho tudo para me sentir inseguro...
Mas não estou.
Que venha um bom sono! Que venha o dia de amanha!
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Eu Escuto Punk Rock!!!
Talvez você não saiba...
Realmente, eu também até pouco tempo não sabia. Mas tenho algo a confessar.
"EU GOSTO DE PUNK ROCK!!!"
Então você, que já me conhece diria: "Ora essa! Eu já sabia!!!"
Realmente, mas então eu te diria porque eu gosto de Punk Rock:
As Guitarras distorcidas.
A Bateria que confunde com as batidas do meu peito.
As Músicas rápidas e simples com poucos acordes.
As Letras inaudíveis que passam desapercebidas aos berros do vocal.
É isso que eu gosto no Punk Rock
Quando ouço Punk posso calar meus pensamentos, sem esforço, sem nenhuma obrigação, sem responsabilidade.
Ele não me obriga a pensar. Não me obriga a refletir. Sua agressividade acalma meus instintos e liberam minha mente para novos pensamentos, novas reflexões.
Quando meu peito doi, eu ouço Punk Rock... Aquele som é capaz de aplacar a dor. Faz que eu esqueça que sinto dor... Na verdade eu passo a não sentir nada...
Eu não estou falando do visual... Não visto trapos, não uso moicano, e não tenho o "A" tatuado!
Eu não estou falando das letras... Não sou tão inocente ou ignorante para imaginar que ali existe poesia!
Eu não estou falando do ideal... Não acredito na anarquia, e não lutaria por uma causa sem sentido!
Eu falo do som. Do barulho. Dos gritos. Das batidas.
Apenas tenho que confessar: Eu Escuto Punk Rock!!!
Realmente, eu também até pouco tempo não sabia. Mas tenho algo a confessar.
"EU GOSTO DE PUNK ROCK!!!"
Então você, que já me conhece diria: "Ora essa! Eu já sabia!!!"
Realmente, mas então eu te diria porque eu gosto de Punk Rock:
As Guitarras distorcidas.
A Bateria que confunde com as batidas do meu peito.
As Músicas rápidas e simples com poucos acordes.
As Letras inaudíveis que passam desapercebidas aos berros do vocal.
É isso que eu gosto no Punk Rock
Quando ouço Punk posso calar meus pensamentos, sem esforço, sem nenhuma obrigação, sem responsabilidade.
Ele não me obriga a pensar. Não me obriga a refletir. Sua agressividade acalma meus instintos e liberam minha mente para novos pensamentos, novas reflexões.
Quando meu peito doi, eu ouço Punk Rock... Aquele som é capaz de aplacar a dor. Faz que eu esqueça que sinto dor... Na verdade eu passo a não sentir nada...
Eu não estou falando do visual... Não visto trapos, não uso moicano, e não tenho o "A" tatuado!
Eu não estou falando das letras... Não sou tão inocente ou ignorante para imaginar que ali existe poesia!
Eu não estou falando do ideal... Não acredito na anarquia, e não lutaria por uma causa sem sentido!
Eu falo do som. Do barulho. Dos gritos. Das batidas.
Apenas tenho que confessar: Eu Escuto Punk Rock!!!
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Diálogos... que queria não ter escutado...
- Nossa! Mas você é tão gay!
- Ai brigada! Eu me esforço tanto...
***
- Qual o seu nome?
- Pode me chamar de macho... Seu macho!
***
- Você viu que Loira?
- Completinha heim! Até vota pra prefeito!
***
- Então o senhor conheceu a minha mãe?
- Conheci sim. Ela era muito famosa aqui na região: "A mulher que escadeirou o jegue!"
***
- Você me disse que minha mulher não saiu sozinha. Então saiu com quem?
- Não sei o nome dele não senhor. Mas aqui todo mundo conhece ele por Cigano do Amor.
***
- Amor acorda! Lembrei o que eu queria falar mais cedo.
- ... Mas agora? São 3:00h da manha!
- Mas se eu não falar agora eu esqueço!
- (suspiro) Ta... então fala!
- Vai toma no cu!
- Ai brigada! Eu me esforço tanto...
***
- Qual o seu nome?
- Pode me chamar de macho... Seu macho!
***
- Você viu que Loira?
- Completinha heim! Até vota pra prefeito!
***
- Então o senhor conheceu a minha mãe?
- Conheci sim. Ela era muito famosa aqui na região: "A mulher que escadeirou o jegue!"
***
- Você me disse que minha mulher não saiu sozinha. Então saiu com quem?
- Não sei o nome dele não senhor. Mas aqui todo mundo conhece ele por Cigano do Amor.
***
- Amor acorda! Lembrei o que eu queria falar mais cedo.
- ... Mas agora? São 3:00h da manha!
- Mas se eu não falar agora eu esqueço!
- (suspiro) Ta... então fala!
- Vai toma no cu!
A SINA DOS HERÓIS
Você liga a TV e eu estou ali
Fazendo coisas, muitas coisas das quais
Faço sem muito esforço
E que nenhum outro seria capaz
Eu me apresso e saio voando
Sempre tentando chegar na hora
Mas a visão raio X está úmida
Não te encontro, e o que faço agora?
Tantos vilões, Tantas armadilhas
Vou salvando o mundo a cada minuto todo dia
Escondendo atrás desta máscara
A identidade secreta de super-vida vazia
Depois do único beijo ela me disse:
“Você vai ter que agüentar, eu sei como dói
Todo dia é uma luta, no final terminar só
É a tua sina de Herói”
E o meu coração mutante e sozinho
depois de tanto sofrer
Desaparece, se tele transporta,
mas sempre volta quando te vê
E ele se sente nas nuvens
como se flutuasse ou pudesse voar
Mas logo se desintegra
lembrando que nunca vai poder amar
Se cobre em pele de aço
sempre tentando se proteger
Quisera ter magnetismo
para me aproximar de você
E lembra do único beijo
“Você vai ter que agüentar, eu sei como dói
Todo dia é uma luta, no final terminar só
É a tua sina de Herói”
(Escrito em uma tarde de 2005)
Fazendo coisas, muitas coisas das quais
Faço sem muito esforço
E que nenhum outro seria capaz
Eu me apresso e saio voando
Sempre tentando chegar na hora
Mas a visão raio X está úmida
Não te encontro, e o que faço agora?
Tantos vilões, Tantas armadilhas
Vou salvando o mundo a cada minuto todo dia
Escondendo atrás desta máscara
A identidade secreta de super-vida vazia
Depois do único beijo ela me disse:
“Você vai ter que agüentar, eu sei como dói
Todo dia é uma luta, no final terminar só
É a tua sina de Herói”
E o meu coração mutante e sozinho
depois de tanto sofrer
Desaparece, se tele transporta,
mas sempre volta quando te vê
E ele se sente nas nuvens
como se flutuasse ou pudesse voar
Mas logo se desintegra
lembrando que nunca vai poder amar
Se cobre em pele de aço
sempre tentando se proteger
Quisera ter magnetismo
para me aproximar de você
E lembra do único beijo
“Você vai ter que agüentar, eu sei como dói
Todo dia é uma luta, no final terminar só
É a tua sina de Herói”
(Escrito em uma tarde de 2005)
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
Em um porto qualquer
Era setembro em um porto qualquer.
O ano era 1964.
O sol da tarde já ia longe, quando ele entrou pela porta na qual estava escrita "tatooagens"
Já acostumado com o tipo que entrava trajando o comum uniforme da marinha e carregando sua sacola às costas, o homem de negras barbas por tras do balcão continuou a olhar sua revista de mulher nua.
O marinheiro desfez de sua carga jogando-a em um canto, e ficou por ali... olhando os desenhos que estavam expostos nas paredes de madeira branca.
Depois de algum tempo, o "barba negra" fechou a revista, pegou suas agulhas, tintas, aprontou a cadeira e disse:
- E então marujo? Vamos começar?
O marinheiro tirou a camisa e se sentou na cadeira.
- O que vai ser? - perguntou o tatuador.
Em sua mente não havia dúvidas, quando respondeu:
- Um coração! No lado esquerdo do peito.
- Deixou o seu em algum lugar?
E com um suspiro capaz de mensurar o tamanho de sua dor ele respondeu:
- Acho que deixei só metade. A outra ficou aqui para eu sentir dor e saudade.
- Entendo... - disse calmamente enquanto deixava as agulhas. Abriu um armário, retirou uma velha garrafa de rum, a qual abriu com os dentes e extendeu ao marinheiro - Beba! Vai aliviar a dor.
- Não vou sentir dor com essas agulhas.
- Não é dessa dor que estou falando. Estou falando da dor de dentro.
...
No rádio tocava Beatles. A música era "All My Loving". As vozes dos garotos ingleses que diziam: "And then while I'm away. I'll write home every day. And I'll send all my loving to you"
Enquando o "barba negra" fazia seu trabalho, ele olhava pela janela o mar que se confundia com céu o horizonte, procurando saber para quem escreveria sua carta. Para quem mandaria todo o seu amor?
A dor no peito recomeçava.
Não era a dor das agulhas, mas sentia um tremor percorrendo seu corpo.
Virou mais uma vez aquela garrafa com a bebida cicatrizante.
O rude homem de barba negra suspendeu seu trabalho. Olhou para aquela alma sentada em farrapos à sua frente. Desligou o rádio no meio da música, foi até a janela e a abriu. A brisa do mar entrou, tomando conta do recinto. Tomou a garrafa da mão do marujo e virando em sua boca tomou seu trago costumeiro, antes de começar a cantar.
O velho lobo do mar começou então a entoar um velho e conhecido "cântico do mar".
Uma canção pirata que falava de homens valentes e descrentes. De criminosos e vagabundos, que esquecido e odiados por deus, iriam viver e morrer no mar.
O canto falava de guerra, de lutas, de mulheres baratas, de todo tipo de pecado.
E falava do rum.
O voz do "barba negra", que era quase um brado guerreiro, saia pela janela contagiando a vizinhança que acompanhava a velha canção. Marinheiros, pescadores, policiais, ladrões e vigaristas.Todos aqueles homens que viviam do mar, pararam suas tarefas e cantaram o hino dos miseráveis.
E durante aquele tempo, não existia dor. Só o imperioso orgulho de ser homem. Durante aquele momento, não havia mais paixão. Só o profundo amor pela liberdade azul que se perdia no horizonte. E naquele instante, a única saudade que reinou, foi a saudade do mar.
E o marujo na cadeira do tatuador também cantou. E bebeu. E esqueceu de sua dor.
E a tatooagem foi feita, com algumas alterações, é claro.
No centro do coração podia se ler "Amar o Mar".
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Erros e Acertos
Hoje descobri, muito tarde, que cometi um erro.
Interessante como um erro muda tudo. Muda todo o final da história.
Impressionante como depois de muito sofrer nos tornamos mais fortes.
Incrível como aprendemos mais com a derrota do que com a vitória.
Inacreditável que um homem pode escrever um lamento como esta música:
Quando acordo de madrugada, e o sono me falta. O pesadelo que me desperta assume formas imensuráveis.
Mas um novo sono me tras tranquilidade.
Amanhã, eu já não lembrarei daquele pesadelo.
Mas dos erros e derrotas a gente nunca se esquece.
Sigo em frente...
... errando
... perdendo
... mas sempre aprendendo
Interessante como um erro muda tudo. Muda todo o final da história.
Impressionante como depois de muito sofrer nos tornamos mais fortes.
Incrível como aprendemos mais com a derrota do que com a vitória.
Inacreditável que um homem pode escrever um lamento como esta música:
Oh meu deus
Guiai meus pés guiai
Me dê meu deus
Promessas que não fiz
Não sei, não sou feliz
Sofrer, meu deus, não quis.
Quis saber
Da paz viver eu quis
No ar meu deus
Voar pelos seus céus
Perdão se quis chorar
Chorei, perdão não quis
Não lhe quis meu deus
Não quis ouvir o som dos teus clarins
Os meios seus não eram os meus fins
Não quardei você
E o sol não quis brilhar perto de mim
E a vida não me quis por isso eu vim.
Quando acordo de madrugada, e o sono me falta. O pesadelo que me desperta assume formas imensuráveis.
Mas um novo sono me tras tranquilidade.
Amanhã, eu já não lembrarei daquele pesadelo.
Mas dos erros e derrotas a gente nunca se esquece.
Sigo em frente...
... errando
... perdendo
... mas sempre aprendendo
terça-feira, 4 de outubro de 2011
Sopro divino em uma noite de verão
Em uma época em que eu rezava, aprendi inconscientemente a reconhecer que o Bom Deus em sua sabedoria sempre soube:
O que eu quero
O que eu gosto
O que eu preciso
O que eu mereço
Com o passar do tempo, a gente perde a crença e a fé, substituindo-as pelo conhecimento. Deixa de acreditar em Deus para tentar entende-lo, senti-lo, fazer parte de um todo que são seus planos superiores.
Percebe que diante do grande plano traçado pelo universo, não somos nada.
Sem perceber, por descuido, em alguns instantes a gente perde a esperança.
Por sorte existe a vida, amigos, a noite companheira e o dia de amanhã com novas oportunidades.
Por sorte, hoje acordei vivo...
... e isso já mais que o suficiente.
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Wait!!!
Foi lindo quando ela fixou o olhar e deixou as lagrimas rolarem por entre os cabelos de sua franja.
A mudança de luz fez com cada gota salgada tivesse uma cor diferente, mas em sua boca o sabor era um só.
Pouca gente viu que ela chorava.
Mas eu estava lá.
Eu observava tudo bem de perto, e notei que seu coração batia no mesmo ritimo frenético da música alta que tocava ao fundo.
Por entre os soluços ela tentava cantar o refrão.
Eu me lembro que também cantava junto.
Ou será que chorávamos juntos?
Minha memória me prega peças... mas ainda me lembro de gritar entre as luzes:
"Wait they don't love you like I love you"
Não havia convicção em minhas palavras.
Apenas repetia o refrão.
Tentando fazer acreditar.
Mais uma vez...
A mudança de luz fez com cada gota salgada tivesse uma cor diferente, mas em sua boca o sabor era um só.
Pouca gente viu que ela chorava.
Mas eu estava lá.
Eu observava tudo bem de perto, e notei que seu coração batia no mesmo ritimo frenético da música alta que tocava ao fundo.
Por entre os soluços ela tentava cantar o refrão.
Eu me lembro que também cantava junto.
Ou será que chorávamos juntos?
Minha memória me prega peças... mas ainda me lembro de gritar entre as luzes:
"Wait they don't love you like I love you"
Não havia convicção em minhas palavras.
Apenas repetia o refrão.
Tentando fazer acreditar.
Mais uma vez...
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
(respirando)
Tem alguns dias que não escrevo.
E isso é algo que não pode acontecer.
Só agora fui capaz de calar os pensamentos.
E só agora recomeço a recuperar as energias que perdi.
Tirei o dia para reler meus posts anteriores a título de recordação.
Engraçado que tem alguns que eu realmente me pergunto se foi eu quem escrevi.
Bem, sonhos vão e vem.
As histórias continuam
E isso é algo que não pode acontecer.
Só agora fui capaz de calar os pensamentos.
E só agora recomeço a recuperar as energias que perdi.
Tirei o dia para reler meus posts anteriores a título de recordação.
Engraçado que tem alguns que eu realmente me pergunto se foi eu quem escrevi.
Bem, sonhos vão e vem.
As histórias continuam
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Uma visão diferente da realidade
Há dias em que a tempestade parece que nunca vai passar.
Em alguns vezes, nossos lamentos se tornam ecos que se repetem até virarem a trilha sonora de nossas vidas naqueles momentos tão miseráveis.
O homem mais lúcido passa a ver o mundo de forma distorcida e se sente louco.
Nessas horas, os bons corações reforçam suas convicções na existencia de algo divino, algo superior.
Algo que nos chega sempre atraves de figuras e gestos comuns, simples, singelos.
Uma mão amiga, um conselho de um bebado no bar, um tapa, um sorriso, uma lágrima, um pingo de chuva, um vento que vem da serra...
Basta possuir um coração livre para interpretar os sinais.
Sinais que nos trazem de volta a realidade.
Porque a realidade é bela, é eterna, é divina...
A realidade não está em nossos desejos e anseios.
A realidade está nas nossas necessidades e em nossos merecimentos.
Em alguns vezes, nossos lamentos se tornam ecos que se repetem até virarem a trilha sonora de nossas vidas naqueles momentos tão miseráveis.
O homem mais lúcido passa a ver o mundo de forma distorcida e se sente louco.
Nessas horas, os bons corações reforçam suas convicções na existencia de algo divino, algo superior.
Algo que nos chega sempre atraves de figuras e gestos comuns, simples, singelos.
Uma mão amiga, um conselho de um bebado no bar, um tapa, um sorriso, uma lágrima, um pingo de chuva, um vento que vem da serra...
Basta possuir um coração livre para interpretar os sinais.
Sinais que nos trazem de volta a realidade.
Porque a realidade é bela, é eterna, é divina...
A realidade não está em nossos desejos e anseios.
A realidade está nas nossas necessidades e em nossos merecimentos.
(À Fenix Feliz com afeto)
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Dialogos 2
Quando o telefone tocou, já era tarde e a noite dava sinais de que seria longa.
Antes de atender, olhou o número já conhecido, e automaticamente fez uma expressão de descaso.
-Alô.
-Oi.
-Oie.
-Tudo bem?
-Tudo e com você?
-Assim... eu acho que não está não.
-E porque?
-Você não sabe?
-Eu? Não! O que aconteceu?
-Você esqueceu?
-Esqueci do quê? Ai... para com isso e fala logo.
-Tem tres dias que não nos falamos. Você não ligou, não atendeu meus telefonemas. E se está tudo bem, não preciso perguntar se aconteceu alguma coisa, não é mesmo?
-Como assim?
-... eu acho que você não entende mesmo!
-...
-...
-... oie... ainda está aí?
-Estou sim.
-...
-Eu gosto tanto de você!
-Eu gosto de você também...
-Você não tem medo de me perder? Porque na verdade, eu descobri que tenho tanto medo de perder você.
-... (suspiro) ... Não se pode perder aquilo que não se tem!
-...
-... acho que já está tarde! Boa noite.
-Posso te ligar depois?
-Acho melhor não.
Desligou o aparelho, respirou fundo como se limpasse esta conversa da mente. Buscou conforto no tão querido travesseiro. Do outro lado da linha alguém procurava uma ponte de onde saltar. Caso não encontrasse, o primeiro bar iria resolver o problema.
Antes de atender, olhou o número já conhecido, e automaticamente fez uma expressão de descaso.
-Alô.
-Oi.
-Oie.
-Tudo bem?
-Tudo e com você?
-Assim... eu acho que não está não.
-E porque?
-Você não sabe?
-Eu? Não! O que aconteceu?
-Você esqueceu?
-Esqueci do quê? Ai... para com isso e fala logo.
-Tem tres dias que não nos falamos. Você não ligou, não atendeu meus telefonemas. E se está tudo bem, não preciso perguntar se aconteceu alguma coisa, não é mesmo?
-Como assim?
-... eu acho que você não entende mesmo!
-...
-...
-... oie... ainda está aí?
-Estou sim.
-...
-Eu gosto tanto de você!
-Eu gosto de você também...
-Você não tem medo de me perder? Porque na verdade, eu descobri que tenho tanto medo de perder você.
-... (suspiro) ... Não se pode perder aquilo que não se tem!
-...
-... acho que já está tarde! Boa noite.
-Posso te ligar depois?
-Acho melhor não.
Desligou o aparelho, respirou fundo como se limpasse esta conversa da mente. Buscou conforto no tão querido travesseiro. Do outro lado da linha alguém procurava uma ponte de onde saltar. Caso não encontrasse, o primeiro bar iria resolver o problema.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Palavras prontas
Sabe quando vc quer escrever algo, e de repente, em sua frente já aparece uma obra prima que retrata tudo o que você queria dizer?
Vapor Barato
Gal Costa
Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general
Cheio de anéis
Vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus
E não me importa, honey
Minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu tô indo embora
Talvez eu volte
Um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la, eu preciso
Oh, minha grande
Ah, minha pequena
Oh, minha grande obsessão
Oh, minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, minha honey baby
Honey baby, honey baby, ah
Vapor Barato
Gal Costa
Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu não acredito mais em você
Com minhas calças vermelhas
Meu casaco de general
Cheio de anéis
Vou descendo por todas as ruas
E vou tomar aquele velho navio
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus
E não me importa, honey
Minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, sim, eu estou tão cansado
Mas não pra dizer
Que eu tô indo embora
Talvez eu volte
Um dia eu volto
Mas eu quero esquecê-la, eu preciso
Oh, minha grande
Ah, minha pequena
Oh, minha grande obsessão
Oh, minha honey baby
Baby, honey baby
Oh, minha honey baby
Honey baby, honey baby, ah
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Quantos sorrisos você já distribuiu hoje?
Pela manha eu andava pelas ruas do centro da cidade.
Passava por mim um senhora que vinha em sentido contrário. O detalhe, é que em seu rosto havia um problema de pele. Na pele clara do seu rosto, duas manchas vermelhas apareciam abaixo dos olhos e tomavam conta da parte superior de cada uma das suas bochechas.
Instintivamente eu olhei para aquelas manchas, porém, automaticamente meu olhar se desviou para os olhos dela, que naquele momento já fitavam os meus, como se estivessem buscando descobrir se eu estava olhando para seu problema de saúde.
Naquela hora, a única coisa que me veio na mente, foi sorrir para ela.
O resultado foi incrível. Seu semblante desconfiado, antes um misto de revolta e agressividade, mudou totalmente, se irradiando. Como se meu sorriso tivesse sido capaz de extrair o que havia de bom dentro daquele ser.
O poder da simpatia é enorme. E tão pouco sabemos utiliza-lo, não em nosso proveito próprio, mas para fazer feliz outras pessoas.
Quando refleti sobre todas estas coisas, me perguntei: Quantos sorrisos eu já distribuí hoje?
Passava por mim um senhora que vinha em sentido contrário. O detalhe, é que em seu rosto havia um problema de pele. Na pele clara do seu rosto, duas manchas vermelhas apareciam abaixo dos olhos e tomavam conta da parte superior de cada uma das suas bochechas.
Instintivamente eu olhei para aquelas manchas, porém, automaticamente meu olhar se desviou para os olhos dela, que naquele momento já fitavam os meus, como se estivessem buscando descobrir se eu estava olhando para seu problema de saúde.
Naquela hora, a única coisa que me veio na mente, foi sorrir para ela.
O resultado foi incrível. Seu semblante desconfiado, antes um misto de revolta e agressividade, mudou totalmente, se irradiando. Como se meu sorriso tivesse sido capaz de extrair o que havia de bom dentro daquele ser.
O poder da simpatia é enorme. E tão pouco sabemos utiliza-lo, não em nosso proveito próprio, mas para fazer feliz outras pessoas.
Quando refleti sobre todas estas coisas, me perguntei: Quantos sorrisos eu já distribuí hoje?
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Saudade
Hoje acordei sentindo saudade.
Começou com a saudade de algumas pessoas. De pessoas que passaram e deixaram suas marcas.
Outras que passaram apenas por passar e acabaram deixando saudade.
Logo veio a saudade de alguns momentos. Alguns momentos curtos, nos quais vivi intensamente, outros pareceram passar bem devagar, deixando a impressão de que seriam para sempre.
Depois veio a saudade das coisas. Uma recordação gostosa de coisas que fizeram parte de momentos inequecíveis, utilizadas ou esquecidas por pessoas inesqueciveis, mas que o tempo se encarregou de fazer esquecer.
Por fim veio a saudade dos lugares. Saudade de lugares nos quais estivemos, nos quais a felicidade se fez presente, e por lá ficou. Engraçado que quando procuro aqueles lugares para ver se a encontro, ela não está mais lá.
Acho que tudo é uma questão de momento, pessoas, coisas e lugares.
A saudade me consome. Corrói. Chego a sentir a dor da perda de algo que nunca pude considerar como meu.
E é por isso que vou viajar. Para conhecer novos lugares, em um outro momento, conhecer novas pessoas, fazer coisas diferentes.
Depois, vou seguir vivendo a minha vida e morrer de saudade.
Começou com a saudade de algumas pessoas. De pessoas que passaram e deixaram suas marcas.
Outras que passaram apenas por passar e acabaram deixando saudade.
Logo veio a saudade de alguns momentos. Alguns momentos curtos, nos quais vivi intensamente, outros pareceram passar bem devagar, deixando a impressão de que seriam para sempre.
Depois veio a saudade das coisas. Uma recordação gostosa de coisas que fizeram parte de momentos inequecíveis, utilizadas ou esquecidas por pessoas inesqueciveis, mas que o tempo se encarregou de fazer esquecer.
Por fim veio a saudade dos lugares. Saudade de lugares nos quais estivemos, nos quais a felicidade se fez presente, e por lá ficou. Engraçado que quando procuro aqueles lugares para ver se a encontro, ela não está mais lá.
Acho que tudo é uma questão de momento, pessoas, coisas e lugares.
A saudade me consome. Corrói. Chego a sentir a dor da perda de algo que nunca pude considerar como meu.
E é por isso que vou viajar. Para conhecer novos lugares, em um outro momento, conhecer novas pessoas, fazer coisas diferentes.
Depois, vou seguir vivendo a minha vida e morrer de saudade.
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
Como toda paixão
Parecia que eu acordava de um sonho.
Deveria ter sido um sonho muito bom, pois ao acordar e perceber que havia sido apenas um sonho, senti uma raiva há muito contida dentro de mim.
Quando minha alma começava a se conformar com o fato da vida ser "assim mesmo". Ela simplesmente apareceu.
A primeira vez, foi apenas uma rápida visão. Um instante em que nossos olhares se cruzaram.
Eu estendi meus braços em sua direção, mas ela desapareceu quase que instantaneamente. Me deixando no espaço vazio. E como não tenho asas, fui ao chão.
Mas as frequentes quedas me fizeram aprender a me levantar rapidamente. E logo eu estava de pé, esperando seu retorno.
E tal qual o sol, ela retornou, graciosa. Nos tocamos pela primeira vez. E foi com se uma descarga elétrica percorresse todo o meu corpo. E nos interagimos automaticamente. Sua existência era totalmente compatível à minha, até nas situações mais complicadas ela era capaz de me acompanhar.
Mas para minha total tristeza, ela sempre desaparecia como que por mágica, me deixando a perseguir o seu brilho.
E num momento de desespero eu tentei conter o seu brilho. Como se eu pudesse guardar toda a sua luz só para mim. Mas como uma explosão incandescente ela se libertou e me mostrou que eu não poderia acompanha-la. Não agora, não naquele momento.
E fique a observa-la por um bom tempo, seus movimentos, seu rítimo, sua postura, sua leveza. Observei que a pesar de toda sua superioridade perante mim, ela estava sempre por perto.
E continuei observando-a, tomando-a em meus braços quando podia. Estreitando a distância que nos separava. A pesar dos baldes de água fria, ela estava sempre ali, me estimulando. Fazendo com que eu sentisse sua presença.
Aos poucos, depois de várias quedas, varios encontros e desencontros, fui aprendendo a dançar conforme sua música. Seguindo os teus movimentos, seu rítimo, me adequando à sua postura.
O tempo também me tornou leve. Fui me desprendendo de tudo aquilo que me pesava.
O tempo foi o meu maior professor, ensinando-me o que eu precisava aprender.
E após algum tempo, ela percebeu que estavamos agora no mesmo nível, nos mesmo rítimo, no mesmo, plano. Então ela decidiu ficar.
Mas o tempo... Ahhhh o tempo...
Quando ela decidiu ficar, eu já não estava mais ali.
Deveria ter sido um sonho muito bom, pois ao acordar e perceber que havia sido apenas um sonho, senti uma raiva há muito contida dentro de mim.
Quando minha alma começava a se conformar com o fato da vida ser "assim mesmo". Ela simplesmente apareceu.
A primeira vez, foi apenas uma rápida visão. Um instante em que nossos olhares se cruzaram.
Eu estendi meus braços em sua direção, mas ela desapareceu quase que instantaneamente. Me deixando no espaço vazio. E como não tenho asas, fui ao chão.
Mas as frequentes quedas me fizeram aprender a me levantar rapidamente. E logo eu estava de pé, esperando seu retorno.
E tal qual o sol, ela retornou, graciosa. Nos tocamos pela primeira vez. E foi com se uma descarga elétrica percorresse todo o meu corpo. E nos interagimos automaticamente. Sua existência era totalmente compatível à minha, até nas situações mais complicadas ela era capaz de me acompanhar.
Mas para minha total tristeza, ela sempre desaparecia como que por mágica, me deixando a perseguir o seu brilho.
E num momento de desespero eu tentei conter o seu brilho. Como se eu pudesse guardar toda a sua luz só para mim. Mas como uma explosão incandescente ela se libertou e me mostrou que eu não poderia acompanha-la. Não agora, não naquele momento.
E fique a observa-la por um bom tempo, seus movimentos, seu rítimo, sua postura, sua leveza. Observei que a pesar de toda sua superioridade perante mim, ela estava sempre por perto.
E continuei observando-a, tomando-a em meus braços quando podia. Estreitando a distância que nos separava. A pesar dos baldes de água fria, ela estava sempre ali, me estimulando. Fazendo com que eu sentisse sua presença.
Aos poucos, depois de várias quedas, varios encontros e desencontros, fui aprendendo a dançar conforme sua música. Seguindo os teus movimentos, seu rítimo, me adequando à sua postura.
O tempo também me tornou leve. Fui me desprendendo de tudo aquilo que me pesava.
O tempo foi o meu maior professor, ensinando-me o que eu precisava aprender.
E após algum tempo, ela percebeu que estavamos agora no mesmo nível, nos mesmo rítimo, no mesmo, plano. Então ela decidiu ficar.
Mas o tempo... Ahhhh o tempo...
Quando ela decidiu ficar, eu já não estava mais ali.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Reflexões
Este final de semana senti uma dor no peito.
Como exigido o bom senso em uma situação como essa, procurei meu médico, que também é um grande amigo de velhas datas.
Meu médico já veio me perguntando: "E aí? Como é que está o seu coração?"
A liberdade de anos de amizade me permitiram dizer: "Que pergunta mais besta! É como perguntar a um moribundo com cirrose como está o fígado." E demos boas risadas desta observação impertinente.
Mas no silêncio do meu quarto, eu percebi que meu coração está bem gasto. Esfolado, remendado, calejado, até disforme ele ficou com o passar dos anos.
Recordando meu passado, percebi que já disse "EU TE AMO" tantas vezes, geralmente, após um "oi" e antes de um "tchau". Quisera eu ter sido um típico conquistador barato, daqueles que fazem de tudo por uma nova conquista, e segue adiante, abrindo seu caminho aventureiro enquanto deixa para trás as pessoas que feriram. Talvez, se tivesse sido mais cafajeste, não teria acumulado tanta culpa pelas lágrimas que já fiz outras pessoas derramarem.
Mas não. Quando me recordei de cada relacionamento, percebi que meus sentimentos sempre foram sinceros, e que tudo o que eu vivi foi bem real.
Passada a tristeza, e olhando o passado com um olhar mais justo e menos romântico, tive que reconhecer que nunca aquelas palavras saíram em vão de minha boca.
Mas a rotina me trouxe conhecimentos que não puderam ser desprezados.
E com o conhecimento destes anos de vida, não poderiam haver mais surpresas.
Não poderiam existir mais paixões arrebatadoras.
Na teoria, com a experiência, não deveria haver mais sofrimentos.
Mas eis que ela chega, sem avisar, sem pedir licença. Derrubando tudo à sua frente, e afrontando o que está à sua volta. Dividindo o velho e remendado coração, já exigindo sua fração da partilha.
E como um navio à deriva me deixo levar pelas águas incertas de uma nova relação.
Mas se, ao final de minha vida, me perguntarem porque tantas vezes eu disse "EU TE AMO", com segurança direi que realmente amei demais.
sábado, 3 de setembro de 2011
Uma vida sem sentido.
Já era madrugada quando ele parou seu carro em frente àquele boteco de esquina.
Não era um barzinho badalado cheio de gente bacana. Era um daqueles lugares degradantes onde se reúnem aqueles que foram excluídos pela escória da própria escória. O tipico lugar onde os perdedores se encontram. Prostitutas feias, jogadores que perderam tudo, assassinos desempregados, ex policiais abandonados pela família, viciados sem dinheiro e ladrões de pouca sorte.
Sentou-se diante de uma mesa vazia e suja, como sua vida. Procurou um canto mais discreto para não ver nem ser visto.
Um garçom que parecia um retrato 3x4 da miséria, vestindo um avental encardido, lhe trouxe uma bebida gelada. Ele recusou e pediu algo mais forte. Pagou adiantado e pediu que lhe deixasse a garrafa.
E por ali ficou, queimando sua alma a cada trago. E de trago em trago foi perdendo os sentidos.
Despertou quando ela chegou.
Ela chegou já tarde. Vestia um vestido azul, de cetim barato, bonito sobre sua pele alva. O cabelo solto lhe caia sobre os olhos ocultando o borrão da maquiagem que lhe denunciava o choro de minutos atras.
Sentou-se ao lado dele, e ali se aninhou. Não disse nada. Ele também permaneceu mudo, indiferente à presença dela.
Ela então acariciou-lhe a nuca. O toque leve de sua mão pelos pontos secretos não passaram desapercebido por ele. Mesmo que quisesse, não poderia ficar indiferente àquelas carícias. Passou os braços por aquele corpo pequeno e frágil, abraçando-a meio desajeitado na cadeira dura de boteco.
Ela então sentiu em seus dedos uma nova cicatriz em seu rosto. Virou-se para ele e perguntou:
- O que foi isso?
- Andei brigando.
- Você brigou?
- É... tenho brigado demais. Bebido demais. Morrendo um pouco a cada dia.
- E pra que isso?
- Não sei mais se quero continuar vivendo.
- Você devia ir à igreja.
- Minha alma não tem mais salvação.
- Fala assim não.
- Verdade...
- Você devia aceitar jesus.
- E se ele não me aceitar?
- Ele aceita todo mundo. Basta se arrepender.
- Mas não me arrependo de nada do que fiz. Só me arrependo de ter deixado você ter ido embora.
- Eu tinha que ir. Você sabe disso. Eu tinha que encontrar meu pai.
- E encontrou?
- Encontrei... Meu pai tá morto. Deu um tiro no ouvido. - ela já falava com a voz embaçada pelo choro que vinha.
- Eu sinto muito - disse abraçando-a mais forte.
Ficaram unidos assim por muito tempo, até que o choro parou.
- Me perdoa? - ela disse.
- Pelo quê?
- Por te encher com meus problemas.
- Queria que fizesse isso sempre. Queria você comigo para sempre.
- Para sempre é muita coisa.
- Com você parece que passa tão rápído. Acho que se você voltasse para mim, a morte então me encontraria. Gente como eu, não pode ser feliz.
- ... Mas eu vim para ficar - ela disse olhando no fundo dos olhos dele.
- Jura? - perguntou quase que sussurrando, mas ela não escutou.
- Me abraça?
Ele então a abraçou com uma ternura que desconhecia ter.
E abraçados permaneceram.
O dia quase raiava quando o garçon chegou na mesa do canto e o encontrou debruçado entre um copo vazio e uma garrafa quase no fim. Tocou-lhe o ombro para desperta-lo.
Ele acordou assutado. A procurou com o olhar perdido, e viu que estava sozinho.
O sol já clareava o dia. Mais um maldito dia de setembro.
Correu para o carro. Se jogou sobre o banco, batendo a porta com força. Girou a chave e acelerou.
O ronco do motor não abafou o grito de desespero que vinha do fundo de sua alma. Mas ninguém ouviu. Porque o seu sofrimento, para o mundo em toda a sua grandiosidade, não era nada. Para o mundo ao seu redor, sua dor não significava nada.
E acelerou fundo pela estrada, sem rumo, sem destino, sem esperança... como sua própria vida.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Sobre os pensamentos
Ultimamente tenho reconhecido que somos movidos por pensamentos.
Cada ser humano é formado por uma parte física, outra mental e outra espiritual.
A física é fácil de compreender, a final, podemos vê-la, toca-la e senti-la.
No presente momento estou aprendendo a conhecer a parte mental.
Essa segunda parte do ser humano é incrivel. Trata-se do resultado da atuação de nosso cérebro, que cria todo um mecanismo invisível que move nossa vida, a partir do momento em que nos reconhecemos como seres humanos.
Quando acordamos em uma manha qualquer, nosso ser físico em pleno funcionamento, desperta de seu descanso que nada mais é do que uma reação natural. Abrimos nossos olhos e nos deparamos com um novo dia a chegar. Nos levantamos, às vezes até instintivamente (ainda dominados pelo ser fisico), e nos preparamos para os primeiros atos do dia. Quando decidimos nos levantar e ir ao banheiro, ou abrir a janela, vestir um agasalho ou correr pelado pela casa, estamos sendo guiados pelo sistema mental e os pensamentos que se formaram em nossas mentes.
E a cada pensamento que surge à mente, o ser está sujeito a segui-lo.
Este chamado "Sistema Mental", é o constante responsável pelas nossas ações, através dos "pensamentos" que povoam nossas mentes. E é impossível realizar qualquer feito, sem a utilização de um pensamento que nos impulsione, salvo nos casos em que o instinto natural prevalece.
Pensar, é o ato de criar pensamentos. De construir estas entidades em nossas mentes, e fazê-las nos servir em nossos mais diversos propósitos. É o ato que mais nos assemelha ao criador, porque o imitamos em um mundo de possibilidades infinitas.
Um sistema mental organizado, é capaz de conduzir o ser por caminhos tranquilos que levam aos objetivos tão desejados. Ao contrário, quando temos um sistema mental bagunçado, erramos demais, sofremos demais, e seguimos a esmo por sendas incertas e escuras.
Aprender a pensar, dominar nossos pensamentos, organizar o mundo mental, é o primeiro paço para se viver uma vida plena e consciênte.
E este conhecimento é essencial para que possamos conhecer nossa parte espiritual e consequentemente, fechar o ciclo do auto conhecimento.
Quando eu estudo, e chego a estas conclusões, paro e penso. Eu ainda tenho tanta coisa a aprender.
Cada ser humano é formado por uma parte física, outra mental e outra espiritual.
A física é fácil de compreender, a final, podemos vê-la, toca-la e senti-la.
No presente momento estou aprendendo a conhecer a parte mental.
Essa segunda parte do ser humano é incrivel. Trata-se do resultado da atuação de nosso cérebro, que cria todo um mecanismo invisível que move nossa vida, a partir do momento em que nos reconhecemos como seres humanos.
Quando acordamos em uma manha qualquer, nosso ser físico em pleno funcionamento, desperta de seu descanso que nada mais é do que uma reação natural. Abrimos nossos olhos e nos deparamos com um novo dia a chegar. Nos levantamos, às vezes até instintivamente (ainda dominados pelo ser fisico), e nos preparamos para os primeiros atos do dia. Quando decidimos nos levantar e ir ao banheiro, ou abrir a janela, vestir um agasalho ou correr pelado pela casa, estamos sendo guiados pelo sistema mental e os pensamentos que se formaram em nossas mentes.
E a cada pensamento que surge à mente, o ser está sujeito a segui-lo.
Este chamado "Sistema Mental", é o constante responsável pelas nossas ações, através dos "pensamentos" que povoam nossas mentes. E é impossível realizar qualquer feito, sem a utilização de um pensamento que nos impulsione, salvo nos casos em que o instinto natural prevalece.
Pensar, é o ato de criar pensamentos. De construir estas entidades em nossas mentes, e fazê-las nos servir em nossos mais diversos propósitos. É o ato que mais nos assemelha ao criador, porque o imitamos em um mundo de possibilidades infinitas.
Um sistema mental organizado, é capaz de conduzir o ser por caminhos tranquilos que levam aos objetivos tão desejados. Ao contrário, quando temos um sistema mental bagunçado, erramos demais, sofremos demais, e seguimos a esmo por sendas incertas e escuras.
Aprender a pensar, dominar nossos pensamentos, organizar o mundo mental, é o primeiro paço para se viver uma vida plena e consciênte.
E este conhecimento é essencial para que possamos conhecer nossa parte espiritual e consequentemente, fechar o ciclo do auto conhecimento.
Quando eu estudo, e chego a estas conclusões, paro e penso. Eu ainda tenho tanta coisa a aprender.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Romances de outrora.
Eu ia para algum lugar em meu carro.
O calor infernal que castigava nossa cidade e a ausência de ar condicionado no veículo me obrigavam a seguir de janelas abertas.
Em um certo momento do percurso, parei em um sinal e já fui olhando em volta, sempre preocupado com a segurança. Só quem mora em uma cidade grande sabe do que estou falando.
Carro parado, sinal vermelho demorado, um vento quente soprava lá fora.
Liguei o som do carro em uma rádio que toca musicas variadas. E para minha surpresa, tocava a música "She" na voz de "Charles Aznavour" http://www.youtube.com/watch?v=hyCom4PuAHI
Mas surpreso ainda fiquei quando olhei pela janela e vi uma cena interessante.
Na esquina, um casal se despedia. A moça, uma linda garota pequena, com a beleza que é peculiar nos jovens. O rapaz, um tipo alto meio desengonçado, com cara de tímido, como eu também já fui naquela idade.
Nos dois, a clara expressão dos que estão apaixonados, mas não conseguem se declarar. Algo raro para os dias atuais.
Ao som de Charles Aznavour, eu fiquei observando aquele momento. Ambos iam se despedir mas prorrogavam os segundos para permanecerem mais alguns intantes juntos.
A música chegava ao climax, se aproximava do final, e o beijo não acontecia. O transito começava a fluir, os motoristas apressados alheios àquele momento, já começavam a businar, e nada de beijo.
Imediatamente, coloquei a cabeça para fora da janela e gritei desesperado: "BEIJA LOGO!!!"
Os jovens me olharam inicialmente assustados. Mas acho que meu sorriso quebrou o espanto.
A garota ficou vermelha. Olhou para o chão. Instintivamente procurou o olhar do rapaz.
Mas ela não encontrou o que procurava, pois naquele momento, ele me olhava com fúria, me apontava o dedo médio, gritando palavras incompatíveis com sua aparente timidez.
Talvez eu tenha me empolgado um pouco com aquela cena.
Mas enquanto eu seguia meu caminho, fechando a janela do carro, cheguei a conclusão de que não se fazem mais romances como antigamente.
O calor infernal que castigava nossa cidade e a ausência de ar condicionado no veículo me obrigavam a seguir de janelas abertas.
Em um certo momento do percurso, parei em um sinal e já fui olhando em volta, sempre preocupado com a segurança. Só quem mora em uma cidade grande sabe do que estou falando.
Carro parado, sinal vermelho demorado, um vento quente soprava lá fora.
Liguei o som do carro em uma rádio que toca musicas variadas. E para minha surpresa, tocava a música "She" na voz de "Charles Aznavour" http://www.youtube.com/watch?v=hyCom4PuAHI
Mas surpreso ainda fiquei quando olhei pela janela e vi uma cena interessante.
Na esquina, um casal se despedia. A moça, uma linda garota pequena, com a beleza que é peculiar nos jovens. O rapaz, um tipo alto meio desengonçado, com cara de tímido, como eu também já fui naquela idade.
Nos dois, a clara expressão dos que estão apaixonados, mas não conseguem se declarar. Algo raro para os dias atuais.
Ao som de Charles Aznavour, eu fiquei observando aquele momento. Ambos iam se despedir mas prorrogavam os segundos para permanecerem mais alguns intantes juntos.
A música chegava ao climax, se aproximava do final, e o beijo não acontecia. O transito começava a fluir, os motoristas apressados alheios àquele momento, já começavam a businar, e nada de beijo.
Imediatamente, coloquei a cabeça para fora da janela e gritei desesperado: "BEIJA LOGO!!!"
Os jovens me olharam inicialmente assustados. Mas acho que meu sorriso quebrou o espanto.
A garota ficou vermelha. Olhou para o chão. Instintivamente procurou o olhar do rapaz.
Mas ela não encontrou o que procurava, pois naquele momento, ele me olhava com fúria, me apontava o dedo médio, gritando palavras incompatíveis com sua aparente timidez.
Talvez eu tenha me empolgado um pouco com aquela cena.
Mas enquanto eu seguia meu caminho, fechando a janela do carro, cheguei a conclusão de que não se fazem mais romances como antigamente.
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
O Rock in Rio do Senhor Jeremias
Para quem não conhece o Seu Jeremias, ele é o meu visinho.
Um senhor muito simpático no auge dos seus 50 anos. Daquele tipo de coroa que esquece que é velho. Vira e mexe está no meio da garotada. Mas diferente do tio da sukita, ele é bem querido por todo mundo aqui do prédio.
Quando tinha algum movimento no salão de festa, rolando um rock mais pesado, ele sempre aparecia sem ser convidado, ia chegando, e quando a gente via, tava no meio da galera, pulando, gritando. Acabou que agora ele sempre é convidado com antecedência.
Seu Jeremias é o típico cara comum que trabalha em uma repartição pública. Mas o legal é que sabe tocar guitarra e violão, e de vez em quando a gente se reune junto com ele no patio do condomínio para beber, tocar e cantar. É o maior sarro quando ele se anima, e começa a tocar Raul, Pink Floyd, Metálica... Ele realmente manda muito bem quando o assunto é Rock.
Em uma destas reuniões, entre os muitos assuntos e brincadeiras, alguém falou do Rock 'in Rio. Nisso, o Sr Jeremias, simplesmente fechou a cara, se levandou e saiu. Ninguém conseguiu entender o que tinha acontecido. Dias depois, ele reapareceu na festinha de aniversário da Ritinha. A gente achou melhor não perguntar nada.
Ele, como sempre, era a animação em pessoa. Bebeu, cantou, tocou e bebeu ainda mais. Naquela noite ele bebeu além do que estava acostumado.
Final de festa, só tinha ficado a galera já conhecida. Eis que alguém mensionou a promoção do Trident, que leva o sorteado ao Rock in Rio na faixa. Seu Jeremias ficou louco de pedra:
- Que mané porra de Rock in Rio!!! Rock in Rio é o Caralho!!! Ainda mais com promoção!!! Promoção de cú é rola!!! - tentou se levantar, rodopiou, desequilibrou. Ia caindo quando a turma o segurou.
O colocamos sentado. E aproveitando do seu estado etílico, ele nos contou sua triste historia:
Era idos de 1985.
E ele era um jovem de 20 e poucos anos que morava no interior de Goiás.
Havia sido sorteado no concurso do achocolatado Nescau. Como prêmio iria para a cidade maravilhosa em grande estilo e assitiria ao Rock in Rio, naquela época em sua primeira edição.
Aquilo para ele tinha sido o grande apice de sua vida. Ainda mais quando descobriu que entre tantas novidades, ele desceria de para-quedas no meio da plateia durante o show. Era algo nunca feito antes. Nunca tentado em nenhum show brasileiro.
E o Jovem Jeremias embarcou em um avião rumo ao Rio de Janeiro. Tudo era novidade para ele. A aeronave, o aeroporto, o hotel, a cidade, as praias. Tudo era lindo!
Horário combinado, lá estava o carro do achocolatado para leva-lo ao aero clube, onde embarcaria em um avião para saltar sobre a cidade do rock, que já estava cheia de rockeiros.
Era um sonho. No início ele sentiu medo. Principalmente quando se aproximou da porta do avião para o salto. A produção de marketing do achocolatado filmava tudo. Seria um material publicitário e tanto.
E Jeremias olhou para a câmera e gritou: "É Rock in Roll!!!" E saltou!
A queda livre durou poucos segundos. O paraquedas abriu quase que imediatamente. E lá do alto, após recuperar o fôlego, Jeremias olhava maravilhado a vista da cidade do Rock brilhando enquanto lá embaixo as pessoas estavam vibrando ao som do AC/DC que tocava "Hells Bells".
Quando o paraquedas foi se aproximando do público, alguns holofotes foram desviados e direcionados para ele, para que as pessoas pudessem ver a chegada triunfal do jovem Jeremias.
Ocorre que os seres humanos são muito imprevisíveis. E o que se passou a seguir, até hoje não poderia ser explicado com segurança.
Talvez foi o sentimento de inveja que tomou conta do público.
Talvez tenha sido, porque o para-quedas quando desceu, tampou a visão da galera que estava curtindo do show, deixando todos violentos.
Talvez porque, pela falta de experiência no pouso, Jeremias tenha descido direto com a sola do sapato na careca de um fortão que vestia um blusão de couro de um clube de motoqueiros.
Pode ter sido um ou todos estes motivos que colocaram fim na aventura de Jeremias.
Assim que ele chegou ao chão foi recebido com socos e chutes pela galera emcoberta pelo paraquedas.
Jeremias apanhou mais que boneco de judas em sabado de aleluia. E a agressão só parou quando ele parou de se mexer.
E o pobre Jeremias ficou desacordado e foi pisoteado até ser localizado pela equipe do achocolatado. Quando recuperou os sentidos, 2 dias depois, estava no leito de um hospital carioca de onde sairia apenas na outra semana.
O saldo da aventura ficou em: 3 costelas quebradas, inumeras luxações por todo o corpo, pontos na cara e na cabeça. Por sorte não lhe quebraram nenhum dente.
A equipe do achocolatado abafou o caso.
A campanha publicitária nunca foi ao ar.
E Jeremias foi devolvido para Goiás, com uma indenização mizerável, que só foi paga após assinar vários documentos isentando a responsabilidade da empresa pelo "incidente".
Mais de vinte e anos depois, um bando de jovens seguram o riso enquanto o Senhor Jeremias, escorado na poltrona da casa da Ritinha, bebado que nem um gambá, indignado diz com a voz engrolada:
- Rock in Rio??? Rock in Rio é o Caralho!!!
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
3.3
Mais um ano.
Mais 4 estações se passaram.
Ontem me disseram algo que não poderiam deixar de serem escritos aqui: "O Sol faz aniversário todos os dias, porque nasce todas as manhas."
E na manha de hoje, fui obrigado a olhar para o céu com outros olhos.
Nesta manha, o sol ganhou um sorriso meu. Não porque aniversario nesta data, mas porque hoje me senti mais vivo. Renascido.
Olhei em minha frente e vi uma folha em branco. Em minhas mãos, pincéis e tintas. A paisagem a ser retratada há muito está em minha mente. E a Felicidade começa com a letra "F".
Mais 4 estações se passaram.
Ontem me disseram algo que não poderiam deixar de serem escritos aqui: "O Sol faz aniversário todos os dias, porque nasce todas as manhas."
E na manha de hoje, fui obrigado a olhar para o céu com outros olhos.
Nesta manha, o sol ganhou um sorriso meu. Não porque aniversario nesta data, mas porque hoje me senti mais vivo. Renascido.
Olhei em minha frente e vi uma folha em branco. Em minhas mãos, pincéis e tintas. A paisagem a ser retratada há muito está em minha mente. E a Felicidade começa com a letra "F".
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Onde a esperança tem outra cor.
Eu sempre ouvi dizer que a esperança é verde.
Em todos os lugares do mundo isso pode ser verdade. Mas de onde eu venho, a esperança tem outra cor.
Em uma certa época do ano, quando o sol castiga e a chuva desaparece, os campos verdes secam e tudo em volta se pinta de tons tristes. A terra fica com um aspecto desolador, marron, cinza e palha. O clima quente castiga tudo anda ou se arrasta sobre a terra. É como se a mãe terra se vingasse dos filhos ingratos que consumiram suas arvores e rios.
O homem olha para o céu e não consegue ver cores em um futuro que parece não chegar. Anda, procura, e tudo o que vê o desanima. Fica a impressão que o mundo está chegando ao fim.
Mas de onde eu venho a esperança é amarela. Ela desabrocha no alto da copa das grandes árvores solitárias que o homem não derrubou.
É como se a terra ofertasse um buque de flores de um amarelo vivo aos céus, demonstrando seu respeito, e sua gratidão.
Perdido em dias tristes e secos, a visão destas estrelas em meio a terra devastada, reforça minha esperança em dias melhores.
Daqui a poucos dias as flores amarelas irão ao chão. Mas este suspiro é suficiente para renovar as forças até que as chuvas retornem trazendo o verde de volta.
Em todos os lugares do mundo isso pode ser verdade. Mas de onde eu venho, a esperança tem outra cor.
Em uma certa época do ano, quando o sol castiga e a chuva desaparece, os campos verdes secam e tudo em volta se pinta de tons tristes. A terra fica com um aspecto desolador, marron, cinza e palha. O clima quente castiga tudo anda ou se arrasta sobre a terra. É como se a mãe terra se vingasse dos filhos ingratos que consumiram suas arvores e rios.
O homem olha para o céu e não consegue ver cores em um futuro que parece não chegar. Anda, procura, e tudo o que vê o desanima. Fica a impressão que o mundo está chegando ao fim.
Mas de onde eu venho a esperança é amarela. Ela desabrocha no alto da copa das grandes árvores solitárias que o homem não derrubou.
É como se a terra ofertasse um buque de flores de um amarelo vivo aos céus, demonstrando seu respeito, e sua gratidão.
Perdido em dias tristes e secos, a visão destas estrelas em meio a terra devastada, reforça minha esperança em dias melhores.
Daqui a poucos dias as flores amarelas irão ao chão. Mas este suspiro é suficiente para renovar as forças até que as chuvas retornem trazendo o verde de volta.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Tanto e Pouco
Tanto para escrever
A cada instante, uma nova idéia. Um novo pensamento que salta da minha mente frente a uma ou outra observação.
Mas tão pouco tempo para faze-lo
Vamos como calma
A cada instante, uma nova idéia. Um novo pensamento que salta da minha mente frente a uma ou outra observação.
Mas tão pouco tempo para faze-lo
Vamos como calma
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
a felicidade...
Durante todos os dias que se seguiram, eu fiquei ao seu lado naquela viagem.
Sua companhia havia sido realmente um achado fantástico. Como se, entre a enorme quantidade de seres diferentes que por ali perambulavam, eu tivesse sido escolhido para ser feliz.
Naquele dia em específico, caminhávamos nas areias de uma das praias mais lindas do mundo.
Falavamos de trivialidades. De nossas vidas, de nossos futuros. de nossos sonhos, de nossos medos.
O sol já se guardava no horizonte quando chegamos à porta da hospedaria. Nos despedimos e cada um foi para seu quarto. Mais tarde nos encontramos novamente na orla e nos colocamos novamente a caminhar e conversar por toda a noite.
No dia seguinte ao abrir a janela do quarto de hotel, fui surpreendido com uma das cenas mais incríveis da minha vida. O céu nublado oferecia um dia prateado que eu nunca havia visto em toda a minha existência, um dia que surpreendeu em preto e branco, como se todas as outras cores tivessem deixado o mundo para em meu peito.
Rapídamente eu registrei o momento com uma fotografia.
E sempre que olho para esta foto, imagino que a felicidade não precisa ter cor.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Eu sempre gostei de Mitologia Grega.
Não ao pé da letra, com todas as tolices inerentes aos absurdos que continham.
Mas ao lirismo contagiante que inspirou as grandes obras no nosso mundo ocidental.
As passagens mitológicas simplesmente me fascinam por poderem ultrapassar as barreiras da imaginação sem medo de cair no ridículo.
E uma que sempre me atraiu, não tanto pela história, mas pelo conteúdo que carrega, é a lenda de Ícaro.
Certa vez vi essa pintura que antecede o texto.
Fiquei um bom tempo observando a figura sem vida entre as ninfas do mar.
Impossível recriminar sua desobediência diante da oportunidade de vôos mais altos.
E durante os minutos, talvez horas, que fiquei a contemplar esta imagem, me coloquei no lugar daquele jovem. E por um instante, percebi que nem mesmo o medo da morte é capaz de freiar o impulso de ir mais longe.
Daqui do chão, quando acerto um salto maior que a aparente capacidade de minhas pernas, chego a sentir o sabor da felicidade em pequenas doses.
Imagino a sensação que seria, subir aos céus nas asas de Icaro...
Não ao pé da letra, com todas as tolices inerentes aos absurdos que continham.
Mas ao lirismo contagiante que inspirou as grandes obras no nosso mundo ocidental.
As passagens mitológicas simplesmente me fascinam por poderem ultrapassar as barreiras da imaginação sem medo de cair no ridículo.
E uma que sempre me atraiu, não tanto pela história, mas pelo conteúdo que carrega, é a lenda de Ícaro.
Certa vez vi essa pintura que antecede o texto.
Fiquei um bom tempo observando a figura sem vida entre as ninfas do mar.
Impossível recriminar sua desobediência diante da oportunidade de vôos mais altos.
E durante os minutos, talvez horas, que fiquei a contemplar esta imagem, me coloquei no lugar daquele jovem. E por um instante, percebi que nem mesmo o medo da morte é capaz de freiar o impulso de ir mais longe.
Daqui do chão, quando acerto um salto maior que a aparente capacidade de minhas pernas, chego a sentir o sabor da felicidade em pequenas doses.
Imagino a sensação que seria, subir aos céus nas asas de Icaro...
O que procuras?
A cansativa jornada havia chegado ao fim.
Finalmente eu estava diante dos portais do lendário Templo. O sonho tão idealizado agora seria realizado.
Restava apenas vencer as escadarias que levavam aos portais. E de degrau em degrau eu fui relembrando minha existência e minhas lutas.
Cheguei diante da entrada, e não precisei me anunciar. Ali estava a antológica figura do ultimo cavaleiro a guardar o portão. Ele não me atacou, como seria de se esperar. Também, não poderia. Sua imagem era a de um homem, não tão velho, porém já muito cansado. A espessa barba já grisalha, junto com o capuz da malha de cota, praticamente escondiam aquele rosto que já lutara tantas batalhas épicas.
O guardião parecia me esperar há anos. Anos que eu andei ao leu, por estradas estranhas e sinuosas que não me levaram a lugar algum.
- Demorastes a chegar! - foram as primeiras palavras que me disse.
- Cheguei a pensar que não viria. Mas cheguei.- respondi.
Ele estava de pé, escorado em sua velha espada. A visão daquela arma, me fez recordar de uma outra, e quase instintivamente eu perguntei:
- O Senhor realmente a jogou nas águas profundas?
- Sim! Ela jamais poderia ser empunhada novamente por outro que não o herdeiro do Pendragon. E a sua linhagem já se extinguiu a muitas eras.
- É uma pena. Poderíamos estar vivendo em dias melhores. - lamentei quase em um suspiro.
Impassível ele me perguntou.
- Vieste pelo Grau?
- Não... A vida eterna não faria muito sentido para um homem comum.
- Vieste pelos Tesouros?
- Não... Eu não teria onde guarda-los, e não faria uso deles em minha vida.
- Vieste então pela glória?
- Não... Prefiro viver meus dias discretamente.
- Então ... sua chegada me intrigas. O que procuras, jovem cavaleiro? O que lhe trouxe até aqui? O que fora capaz de fazê-lo passar por todos os obstáculos até os portões da realidade?
- Eu procuro a simpatia. Procuro a simpatia de um sorriso. A simpatia de um olhar. Procuro a simpatia honesta e sincera que acorda pela manhã e se deita com a noite. A simpatia natural que aplaca o coração da mais terrivel das feras. A simpatia comedida que faz com procuremos sempre mais, e mais... e sempre a encontremos. A simpatia simples, que reflete a beleza mais pura e simples existente entre as criaturas divinas.
A simpatia que abre portas e derruba muros. A simpatia que finda guerras e reune corações há muito afastados. Eu procuro apenas a simpatia... e nada mais.
- ...
Então após um momento de silêncio, Percival esboçou um único sorriso por tras da branca barba.
- E se não a encontrar aqui? - perguntou-me ele como se desculpasse por algo que pudesse oferecer.
- Então seguirei meu caminho, até encontrar.
Ele então me sorriu um sorriso triste, e virando-se desapareceu por entre as brunas do templo.
Me retirei. Em silêncio. E como disse, segui o meu caminho.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
As belezas de um dia amarelo
Hoje foi um dia amarelo...
O clima quente, o sol forte, a ausência das nuvens de chuva.
Olhei para o dia e ele estava ali amarelo.
E apesar de tudo...
Foi um dia bom...
Eu consegui sorrir, e a vida me sorriu de volta.
Mas na verdade, o que me encantou hoje foram as incertezas e as possibilidades dos dias que virão.
O clima quente, o sol forte, a ausência das nuvens de chuva.
Olhei para o dia e ele estava ali amarelo.
E apesar de tudo...
Foi um dia bom...
Eu consegui sorrir, e a vida me sorriu de volta.
Mas na verdade, o que me encantou hoje foram as incertezas e as possibilidades dos dias que virão.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Medo
Eu andava por uma rua escura, em uma parte velha da cidade. Ainda me lembro que a noite estava quente e que as grandes construções não deixavam o vento refrescar as vidas vazias que por aquelas ruas trasitavam.
Logo cheguei ao lugar. Um antigo galpão abandonado, cujas janelas e portas haviam sido lacradas com tijolos ainda no tempo em que eu nem era nascido. Por fora, além das pixações e cartazes, uma única entrada se fazia aparecer na figura de uma porta de aço cercada de pessoas estranhas como eu, que buscavam na noite escura um acalando que o dia não fora capaz de ofertar.
Rapidamente eu entrava e me juntava no sub mundo do punk rock paulistano.
Naquela noite em especial, uma banda chamada Cólera, tocava uma música chamada MEDO
E foi justamente enquanto tocava essa música, que eu a vi pela primeira vez.
Uma garota típica, dona de uma beleza muito discreta capaz de faze-la passar desapercebida por entre os corpos suados que se trombavam ao som frenético da música gritada pelo vocal.
Eu não a teria visto, não teria sequer reparado em sua presença, não fossem aquele par de olhos.
Eles não eram azuis. E também não eram verdes. Eram olhos vivos.
Num primeiro momento ela me olhou diretamente, depois como por instinto, virou o rosto disfarçando. Mas foi quando seus olhos a traíram. Eram olhos vivos, inquietos, capazes de dizer tudo sobre ela, sem a necessidade de uma palavra sequer.
Fiquei ali olhando, sem dizer nada. Observando-a ser traída por aqueles olhos vivos.
Em meio a toda aquela sujeira e escória. Eles me diziam que ela não era daquele lugar.
E logo quando percebeu que estava sendo observada ela saíu, e eu a segui.
Era tarde, quando ela conseguiu chegar na porta de saída enquanto alguns condenados tentavam entrar. Não fosse o tumulto, teríamos saído juntos, mas ela saiu na minha frente. Olhei ao redor e vi uma silhueta que fazia lembrar sua figura virando uma esquina escura. Parecia ter olhado para tras, observando se eu já tinha saído.
Sem pensar duas vezes eu me atirei na escuridão da noite em busca daquele vulto. Meu coração batia mais alto que a música que atravessando as paredes de velhos tijolos dizia:
"Às vezes tenho medo
Às vezes sinto minha mão
Presa pelo ar
E quando eu olho em volta
Encontro uma multidão
Presa pelo ar."
Logo cheguei ao lugar. Um antigo galpão abandonado, cujas janelas e portas haviam sido lacradas com tijolos ainda no tempo em que eu nem era nascido. Por fora, além das pixações e cartazes, uma única entrada se fazia aparecer na figura de uma porta de aço cercada de pessoas estranhas como eu, que buscavam na noite escura um acalando que o dia não fora capaz de ofertar.
Rapidamente eu entrava e me juntava no sub mundo do punk rock paulistano.
Naquela noite em especial, uma banda chamada Cólera, tocava uma música chamada MEDO
E foi justamente enquanto tocava essa música, que eu a vi pela primeira vez.
Uma garota típica, dona de uma beleza muito discreta capaz de faze-la passar desapercebida por entre os corpos suados que se trombavam ao som frenético da música gritada pelo vocal.
Eu não a teria visto, não teria sequer reparado em sua presença, não fossem aquele par de olhos.
Eles não eram azuis. E também não eram verdes. Eram olhos vivos.
Num primeiro momento ela me olhou diretamente, depois como por instinto, virou o rosto disfarçando. Mas foi quando seus olhos a traíram. Eram olhos vivos, inquietos, capazes de dizer tudo sobre ela, sem a necessidade de uma palavra sequer.
Fiquei ali olhando, sem dizer nada. Observando-a ser traída por aqueles olhos vivos.
Em meio a toda aquela sujeira e escória. Eles me diziam que ela não era daquele lugar.
E logo quando percebeu que estava sendo observada ela saíu, e eu a segui.
Era tarde, quando ela conseguiu chegar na porta de saída enquanto alguns condenados tentavam entrar. Não fosse o tumulto, teríamos saído juntos, mas ela saiu na minha frente. Olhei ao redor e vi uma silhueta que fazia lembrar sua figura virando uma esquina escura. Parecia ter olhado para tras, observando se eu já tinha saído.
Sem pensar duas vezes eu me atirei na escuridão da noite em busca daquele vulto. Meu coração batia mais alto que a música que atravessando as paredes de velhos tijolos dizia:
"Às vezes tenho medo
Às vezes sinto minha mão
Presa pelo ar
E quando eu olho em volta
Encontro uma multidão
Presa pelo ar."
TudoJuntoeMisturado
naquelediaquandonósacordamosdescobrimosqueestávamostodosjuntosemisturadosquenãohaviampontosquenosdiferenciassemenãohaviamespaçosquenosseparassemnoinicioeratudolindoemaravilhosomaslogodescobrimosqueestauniãohaviaacabadocomnossaintimidaderesolvemosvoltarlogoadormir.
No outro dia, quando acordamos. Tudo estava normal.
Todos os pontos, todos os espaços...
...E ainda hoje, quando dormimos, pedimos a deus que aquela união não volte a acontecer.
No outro dia, quando acordamos. Tudo estava normal.
Todos os pontos, todos os espaços...
...E ainda hoje, quando dormimos, pedimos a deus que aquela união não volte a acontecer.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Um dia de rosas
Ele tinha uns seis anos de idade, enquanto ela mal tinha completado os cinco.
Mas apesar da pouca idade, ambos se olhavam, e tinham a convicção de que se casariam um dia.
Um dia...
Um dia significaria uma torrente de dias seguidos ou saltados, dias únicos e inesquecíveis ou contados em períodos a voar como folhas de calendários. Como as coisas mais importantes da vida não são unas nem exatas, mas toda uma sequência que perfaz um conjunto incrível e maravilhoso para ser vivido.
Significaria a indiferença sobre uma cadeira dura na escola. Passeios na praça. Algumas tentativas mais ousadas no escuro do cinema. Incontáveis beijos de amor e as sufocantes brigas que se iniciaram com motivos mais banais do que a forma com a qual se resolviam.
Seria a cumplicidade nos momentos felizes e a expressão mais oprimida do egoísmo nas horas dificeis. A crença na existência soberana do verdadeiro amor, disputando com as facilidades de uma vida desregrada em Passárgada ou mesmo pelas efêmeras oportunidades.
Então virão novas vidas. E virão novos dias. E velhos dias denovo.
Um dia, a vida irá separa-los, como a ultima folha do ramo é arrancada pelo vento que chega eufórico do sul. E apartir de então, serão só lembranças dos dias que se foram.
Um dia...
Mas por enquanto eles nada sabem. São crianças. Dão-se as mãos e ofertam flores como a mais pura forma de exprimir a felicidade que carregam consigo. E seguem de mãos dasdas vivendo mais um dia.
Mas apesar da pouca idade, ambos se olhavam, e tinham a convicção de que se casariam um dia.
Um dia...
Um dia significaria uma torrente de dias seguidos ou saltados, dias únicos e inesquecíveis ou contados em períodos a voar como folhas de calendários. Como as coisas mais importantes da vida não são unas nem exatas, mas toda uma sequência que perfaz um conjunto incrível e maravilhoso para ser vivido.
Significaria a indiferença sobre uma cadeira dura na escola. Passeios na praça. Algumas tentativas mais ousadas no escuro do cinema. Incontáveis beijos de amor e as sufocantes brigas que se iniciaram com motivos mais banais do que a forma com a qual se resolviam.
Seria a cumplicidade nos momentos felizes e a expressão mais oprimida do egoísmo nas horas dificeis. A crença na existência soberana do verdadeiro amor, disputando com as facilidades de uma vida desregrada em Passárgada ou mesmo pelas efêmeras oportunidades.
Então virão novas vidas. E virão novos dias. E velhos dias denovo.
Um dia, a vida irá separa-los, como a ultima folha do ramo é arrancada pelo vento que chega eufórico do sul. E apartir de então, serão só lembranças dos dias que se foram.
Um dia...
Mas por enquanto eles nada sabem. São crianças. Dão-se as mãos e ofertam flores como a mais pura forma de exprimir a felicidade que carregam consigo. E seguem de mãos dasdas vivendo mais um dia.
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
perdida
Ela parou diante do jardim iluminado pelas luzes que irradiavam pelas janelas da casa.
Pela porta aberta ela ouvia o som alto da festa onde uma voz cantava:
"...quando você fala, tão apaixonada
meu amor eu sempre estarei contigo
olho nos seus olhos, me emociono e choro
sei que é mentira, mas me sinto vivo
mesmo sendo falso o ar, sinto que respiro"
O resto da música ela não foi capaz de ouvir.Seu corpo, sob o comando de sua mente tumultuada, já estava longe.
Tinha que correr...
Sair daquele lugar.
Simplesmente não seria capaz de encara-lo novamente. Não seria capaz de fingir amá-lo. Ele não mereceria algo assim.
Também não teria coragem de lhe dizer a verdade.
Secando seu rosto molhado ela procurava acalmar sua alma e seus pensamentos enquanto corria pela noite escura.
Aos poucos foi deixando sua mente livre. Aos poucos percebeu que teria que resolver um problema de cada vez.
Iria começar descobrindo que lugar era aquele onde estava... estava perdida.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Antes que tudo...
As vezes a vida passa...
... passa automaticamente, como uma folha do calendário virada.
... passa inconsequente, como uma sucessão de tentativas que, independente de erros ou acertos, acontecem.
... passa desapercebida, quase sem ser notada como o homem atrás das cortinas.
... passa mansa, como a vaca que pasta na grama verde.
... passa violenta, como as guerras dos meninos grandes que fazem suas mães chorarem.
... passa velha e seca como uma uva passa.
... e o que faz a vida melhor de ser vivida é agarrar cada oportunida que se apresenta a cada instante...
Antes que tudo...
... passa automaticamente, como uma folha do calendário virada.
... passa inconsequente, como uma sucessão de tentativas que, independente de erros ou acertos, acontecem.
... passa desapercebida, quase sem ser notada como o homem atrás das cortinas.
... passa mansa, como a vaca que pasta na grama verde.
... passa violenta, como as guerras dos meninos grandes que fazem suas mães chorarem.
... passa velha e seca como uma uva passa.
... e o que faz a vida melhor de ser vivida é agarrar cada oportunida que se apresenta a cada instante...
Antes que tudo...
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Tanto a escrever
Hoje foi um dia amarelo
E eu posso me dar ao luxo de não gostar de dias assim.
Que venham os adoráveis dias azuis onde tudo ocorre às mil maravilhas. Ou os tristes dias cinzas onde a melancolia reina sobre os corações solitários. Até mesmo os dias negros com seus trovões e desafios impossíveis.
Mas os dias amarelos, quando o sol parece baixar sobre nossas cabeças, têm o maldito condão de transformar esperança em desespero.
O clima, o transito, as linhas ocupadas, impressoras que param de funcionar, a terrivel dor de cabeça que insiste em incomodar... tudo conspira contra em um dia amarelo
E é justamente neste dia que a gente tem a convicção que ela não liga
E eu posso me dar ao luxo de não gostar de dias assim.
Que venham os adoráveis dias azuis onde tudo ocorre às mil maravilhas. Ou os tristes dias cinzas onde a melancolia reina sobre os corações solitários. Até mesmo os dias negros com seus trovões e desafios impossíveis.
Mas os dias amarelos, quando o sol parece baixar sobre nossas cabeças, têm o maldito condão de transformar esperança em desespero.
O clima, o transito, as linhas ocupadas, impressoras que param de funcionar, a terrivel dor de cabeça que insiste em incomodar... tudo conspira contra em um dia amarelo
E é justamente neste dia que a gente tem a convicção que ela não liga
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Quando ela chorou...
Os momentos mais inesquecíveis com ela, foram quando eu a vi chorar.
A primeira vez que eu a vi, estava chorando. E estava lindamente triste.
Talvez por isso eu a fiz sofrer tanto. Talvez na tentativa de reviver aquele momento.
Então passei a diverti-la, fazê-la rir, e até apelei para cócegas. Rir muito até que as lágrimas caíssem dos teus olhos, e seu rosto ficasse da cor de um brilhante tomate maduro.
Em algumas vezes eu não a vi chorar, mas senti seu choro junto ao meu peito.
Noutras, senti suas lagrimas me molhar enquanto velava meu corpo em uma cama de hospital.
Em alguns momentos ela se recolhia a chorar sozinha, me privando daquela visão.
Seus choros eram diferentes para cada ocasião. Forte e incontido nos momentos em que fazia a típica tempestade em copo d’água, silencioso e reprimido quando a dor sufocava seu peito.
Acho que o choro mais marcante foi quando fechei aquela porta entre nós para sempre. E para sempre a lembrança daquele rosto marejado, desaparecendo pela fresta cada vez menor da porta a se fechar, irá me assombrar.
A primeira vez que eu a vi, estava chorando. E estava lindamente triste.
Talvez por isso eu a fiz sofrer tanto. Talvez na tentativa de reviver aquele momento.
Então passei a diverti-la, fazê-la rir, e até apelei para cócegas. Rir muito até que as lágrimas caíssem dos teus olhos, e seu rosto ficasse da cor de um brilhante tomate maduro.
Em algumas vezes eu não a vi chorar, mas senti seu choro junto ao meu peito.
Noutras, senti suas lagrimas me molhar enquanto velava meu corpo em uma cama de hospital.
Em alguns momentos ela se recolhia a chorar sozinha, me privando daquela visão.
Seus choros eram diferentes para cada ocasião. Forte e incontido nos momentos em que fazia a típica tempestade em copo d’água, silencioso e reprimido quando a dor sufocava seu peito.
Acho que o choro mais marcante foi quando fechei aquela porta entre nós para sempre. E para sempre a lembrança daquele rosto marejado, desaparecendo pela fresta cada vez menor da porta a se fechar, irá me assombrar.
domingo, 24 de julho de 2011
Cheguei bem tarde.
As luzes estavam apagadas, e o vento soprava frio. Muito frio.
Parei um instante para ouvir o som da água a descer com força entre as pedras do rio.
Entrei pela porta dos fundos, pisando com cuidado no velho assoalho de madeira para não acordar as memórias do casarão.
Logo alcancei meu quarto, com suas janelas abertas a deixar o vento frio assombrar uma enorme cama a que me esperava.
Da janela olhei a noite que, lá fora, cobria meu mundo com um manto escuro.
O melhor cheiro do mundo tomou conta de meus pulmões, e eu senti estar vivo.
Um mugido bem perto me despertou daquele momento de reflexão.
Fechei a janela, e sozinho me entreguei ao sono.
Logo o dia chegaria e eu precisava me preparar para espera-lo
As luzes estavam apagadas, e o vento soprava frio. Muito frio.
Parei um instante para ouvir o som da água a descer com força entre as pedras do rio.
Entrei pela porta dos fundos, pisando com cuidado no velho assoalho de madeira para não acordar as memórias do casarão.
Logo alcancei meu quarto, com suas janelas abertas a deixar o vento frio assombrar uma enorme cama a que me esperava.
Da janela olhei a noite que, lá fora, cobria meu mundo com um manto escuro.
O melhor cheiro do mundo tomou conta de meus pulmões, e eu senti estar vivo.
Um mugido bem perto me despertou daquele momento de reflexão.
Fechei a janela, e sozinho me entreguei ao sono.
Logo o dia chegaria e eu precisava me preparar para espera-lo
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