Parecia que eu acordava de um sonho.
Deveria ter sido um sonho muito bom, pois ao acordar e perceber que havia sido apenas um sonho, senti uma raiva há muito contida dentro de mim.
Quando minha alma começava a se conformar com o fato da vida ser "assim mesmo". Ela simplesmente apareceu.
A primeira vez, foi apenas uma rápida visão. Um instante em que nossos olhares se cruzaram.
Eu estendi meus braços em sua direção, mas ela desapareceu quase que instantaneamente. Me deixando no espaço vazio. E como não tenho asas, fui ao chão.
Mas as frequentes quedas me fizeram aprender a me levantar rapidamente. E logo eu estava de pé, esperando seu retorno.
E tal qual o sol, ela retornou, graciosa. Nos tocamos pela primeira vez. E foi com se uma descarga elétrica percorresse todo o meu corpo. E nos interagimos automaticamente. Sua existência era totalmente compatível à minha, até nas situações mais complicadas ela era capaz de me acompanhar.
Mas para minha total tristeza, ela sempre desaparecia como que por mágica, me deixando a perseguir o seu brilho.
E num momento de desespero eu tentei conter o seu brilho. Como se eu pudesse guardar toda a sua luz só para mim. Mas como uma explosão incandescente ela se libertou e me mostrou que eu não poderia acompanha-la. Não agora, não naquele momento.
E fique a observa-la por um bom tempo, seus movimentos, seu rítimo, sua postura, sua leveza. Observei que a pesar de toda sua superioridade perante mim, ela estava sempre por perto.
E continuei observando-a, tomando-a em meus braços quando podia. Estreitando a distância que nos separava. A pesar dos baldes de água fria, ela estava sempre ali, me estimulando. Fazendo com que eu sentisse sua presença.
Aos poucos, depois de várias quedas, varios encontros e desencontros, fui aprendendo a dançar conforme sua música. Seguindo os teus movimentos, seu rítimo, me adequando à sua postura.
O tempo também me tornou leve. Fui me desprendendo de tudo aquilo que me pesava.
O tempo foi o meu maior professor, ensinando-me o que eu precisava aprender.
E após algum tempo, ela percebeu que estavamos agora no mesmo nível, nos mesmo rítimo, no mesmo, plano. Então ela decidiu ficar.
Mas o tempo... Ahhhh o tempo...
Quando ela decidiu ficar, eu já não estava mais ali.
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