Ele tinha uns seis anos de idade, enquanto ela mal tinha completado os cinco.
Mas apesar da pouca idade, ambos se olhavam, e tinham a convicção de que se casariam um dia.
Um dia...
Um dia significaria uma torrente de dias seguidos ou saltados, dias únicos e inesquecíveis ou contados em períodos a voar como folhas de calendários. Como as coisas mais importantes da vida não são unas nem exatas, mas toda uma sequência que perfaz um conjunto incrível e maravilhoso para ser vivido.
Significaria a indiferença sobre uma cadeira dura na escola. Passeios na praça. Algumas tentativas mais ousadas no escuro do cinema. Incontáveis beijos de amor e as sufocantes brigas que se iniciaram com motivos mais banais do que a forma com a qual se resolviam.
Seria a cumplicidade nos momentos felizes e a expressão mais oprimida do egoísmo nas horas dificeis. A crença na existência soberana do verdadeiro amor, disputando com as facilidades de uma vida desregrada em Passárgada ou mesmo pelas efêmeras oportunidades.
Então virão novas vidas. E virão novos dias. E velhos dias denovo.
Um dia, a vida irá separa-los, como a ultima folha do ramo é arrancada pelo vento que chega eufórico do sul. E apartir de então, serão só lembranças dos dias que se foram.
Um dia...
Mas por enquanto eles nada sabem. São crianças. Dão-se as mãos e ofertam flores como a mais pura forma de exprimir a felicidade que carregam consigo. E seguem de mãos dasdas vivendo mais um dia.
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