quinta-feira, 28 de julho de 2011
Quando ela chorou...
A primeira vez que eu a vi, estava chorando. E estava lindamente triste.
Talvez por isso eu a fiz sofrer tanto. Talvez na tentativa de reviver aquele momento.
Então passei a diverti-la, fazê-la rir, e até apelei para cócegas. Rir muito até que as lágrimas caíssem dos teus olhos, e seu rosto ficasse da cor de um brilhante tomate maduro.
Em algumas vezes eu não a vi chorar, mas senti seu choro junto ao meu peito.
Noutras, senti suas lagrimas me molhar enquanto velava meu corpo em uma cama de hospital.
Em alguns momentos ela se recolhia a chorar sozinha, me privando daquela visão.
Seus choros eram diferentes para cada ocasião. Forte e incontido nos momentos em que fazia a típica tempestade em copo d’água, silencioso e reprimido quando a dor sufocava seu peito.
Acho que o choro mais marcante foi quando fechei aquela porta entre nós para sempre. E para sempre a lembrança daquele rosto marejado, desaparecendo pela fresta cada vez menor da porta a se fechar, irá me assombrar.
domingo, 24 de julho de 2011
As luzes estavam apagadas, e o vento soprava frio. Muito frio.
Parei um instante para ouvir o som da água a descer com força entre as pedras do rio.
Entrei pela porta dos fundos, pisando com cuidado no velho assoalho de madeira para não acordar as memórias do casarão.
Logo alcancei meu quarto, com suas janelas abertas a deixar o vento frio assombrar uma enorme cama a que me esperava.
Da janela olhei a noite que, lá fora, cobria meu mundo com um manto escuro.
O melhor cheiro do mundo tomou conta de meus pulmões, e eu senti estar vivo.
Um mugido bem perto me despertou daquele momento de reflexão.
Fechei a janela, e sozinho me entreguei ao sono.
Logo o dia chegaria e eu precisava me preparar para espera-lo
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Ladeira à Baixo
Éramos uma turma de 5 amigos que iam na carroceria da caminhonete GemeC. Na gabine iam meu pai e o peão. A gente não ligava, porque na carroceria é que era bom. Fazíamos uma bagunça danada no percurso de estrada de terra que ia da cidadezinha até a fazenda.
Melhor para o Tatu, de quem não vimos nem sinal depois da queda ladeira à baixo.
terça-feira, 19 de julho de 2011
Na garupa da Socorro!
segunda-feira, 18 de julho de 2011
Raio X
sexta-feira, 15 de julho de 2011
A visita do Dr.
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Dia de sol
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Dialogos 1
- !!! ... Você por aqui?
- Surpresa?
- Sim, eu não esperava te ver aqui.
- É... eu acho que precisava vir.
estou indo.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Ahhhhhhh a Beleza!!!
domingo, 10 de julho de 2011
Sem Sentidos...
Toda vez que você passa pela rua com seu fone de ouvido
Indiferente ao mundo e sem saber que eu existo
Não escuta a melodia que eu canto sussurando
Para que ninguém descubra o que eu sinto por você
Toda vez que você passa pela rua com seus óculos escuros
Privando a visão do mundo do seu olhar azul profundo
Não enxerga o brilho intenso do meu olhar vagabundo
Que é o reflexo puro dos mais intimos sonhos meus
Toda vez que você passa pela rua, na sua boca um pirulito
Criando nos transeuntes mil desejos oprimidos
Não sabe que a minha vida perde o gosto e o sentido
Quando fico a imaginar o sabor de um beijo teu
Toda vez que você passa pela rua exalando seu perfume
Cada flor por onde passas chega murchar de ciúmes
Não faz ideia do tormento que causa em meu coração
Luto e perco a batalha, navego sem direção
Toda vez que você passa pela rua, mãozinhas dentro dos bolsos
Vai traçando seu caminho esquivando-se dos mortais
Eu sinto dentro de mim crescendo um desejo louco
De sentir seu leve toque em meu rosto uma vez mais
Fabiola na terra do fogo
sábado, 9 de julho de 2011
Lagrimas...
É como se o céu compartilhasse de nossas angustias, nossas dores, nossos pecados e nossas tristezas.
Como se todos os anjos chorassem conosco.
E se torna impossível para qualquer alma bondosa, tentar secar nossas lágrimas. Pois já não se distinguem as suas das lágrimas do mundo.
Mas a tempestade que lhe desce em prantos, é a mesma que divide de tuas dores, é a mesma que lava tua alma e rega teu espírito.
As lagrimas é o sinal que estamos vivos. E isso é o que mais importa
Tentei encontrar palavras minhas, mas elas elas já haviam sido escritas por alguém melhor que eu:
"Me disseram que você
estava chorando
Foi então que percebi
Como lhe quero tanto
Já não me preocupo
Se eu não sei porquê
As vezes o que eu vejo
Quase ninguém vê
Eu sei que você sabe
Quase sem querer
Eu quero o mesmo que você"
sexta-feira, 8 de julho de 2011
Vazio... O frio vazio...
quarta-feira, 6 de julho de 2011
Em um momento...
Naquele momento, José Inácio levava o oitavo fora da garota de programa que não fazia fiado.
Naquele momento, Dona Maria Filomena de Jesus se recuperava depois de correr do Satanás por incansáveis nove horas.
Naquele momento, Isabella Shyfer, que na certidão de batismo da capelinha da pequena e pacata cidade de Riacho Seco chamava-se Antônio da Silva, sustentava a coroa de lantejolas e olhava com desprezo para suas concorrentes derrotadas no concurso de Miss Gay Jardim América.
Naquele momento, Nhô Pedro contava pela milésima vez o causo do peixe de dois metros e oitenta e cinco centimetros que falava ingles fluentemente, mascava chiclete-bola e contava piadas sem muita graça.
Naquele momento, o agrotécnico, Marcos Aurelio diante de uma plateia de peões-mente-suja, masturbava um touro POI para a coleta do semem que seria vendido em um leilão.
Naquele momento, a Doutora Andreia Guimarães, instrumentadora cirurgica do hospital de base, deu-se conta que a dor que o Senhor Manoel Paes sentia no seu abdomen rescém suturado após uma cirurgia, poderia ter alguma relação com o sumiço de um de seus instrumentos.
Naquele momento, o Senhor André Marques, diante dos agentes do Juizado de Menores, descobria que Ritinha, a garota que o acompanhava naquele motel barato da zona sul, tinha apenas dezesseis anos.
Naquele momento, o Doutro Eduardo de Catro, cientista da renomada academia de ciências de Varginha descobriu que as bacterias que habitam a remela dos cães são de coloração azul turqueza.
Naquele momento, Augusto estaria bebado em alqum boteco de quinta categoria em uma beira de estrada qualquer, tentando descobrir os segredos que teriam feito atlântida afundar no mar.
Naquele momento, Dona Dalva, estaria tirando o disfarce de mendinga, após um quente dia de esmoler, e retornando para seu apartamento no ultimo andar do residencial Taithi
Naquele momento, Marcel chorava desconsoladamente ao assistir casablanca pela decima segunda vez desque fora abandonado por Isadora.
Naquele momento, Israel se perguntava como ele que era de descendência alemã e Ursula que era de descendência franco espanhola puderam ter uma criança de pele e cabelos tão escuros.
Naquele momento, um casal cuja identidade não pode ser aqui revelada estaria se beijando às escondidas, levando adiante um amor proibido que sabiam terminar em tragédia.
Naquele momento, naquele ingrato momento, eu não sabia nada disso. Não sabia sequer sobre o que escrever. Deixei o tempo correr... porque aquele era só mais um momento.