quinta-feira, 13 de setembro de 2012

MAIS UM FIM

Quando senti o gosto salgado de teu beijo, descobri que havia chorado.
Mas foi teu abraço que te denunciou. Não havia calor, fervor, entrega. Foi mecânico, automático, sem vontade, quase patético.
Ao me desvencilhar de teus braços, eu sabia que estava me afastando para sempre de uma parte boa de minha história.
É quando o "nós" volta a ser dois alguéns.
No começo há o sofrimento, porque sofrer é uma faculdade que ainda não dominamos. E a dor que nos invade parece o anuncio do apocalipse particular.
Espera-se muito de um momento como aquele. Os olhos rasos dágua pediam uma manifestação de minha parte. Mas naquela hora eu não podia dizer sequer algumas palavras de consolo, ou mesmo alguma coisa construtiva. Era hora de ir.
E eu fui. E não olhei para tras.

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