sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Uma canção perdida no tempo

Encontrei uma lagartixa
Redom sinhá
Montada num tatu-bola
Redom sinhá
Lagartixa de botinas
Calango de sapatão
Lagartixa de botinas
Calango de sapatão
Calango como é que chama?
Eu me chamo é Agrião
Agrião Pereira Lima
Mangericão das meninas
Redom sinhá

(título e autoria desconhecida)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

30 ANOS

Bem... Hoje é um dia especial
Posso dizer que é o meu dia? Ou será que todos os dias são meus?
O importante é que realmente é uma data interessante.
Interessante porque hoje eu completo meus 30 anos. E acredito ter chegado à um terço da minha existência. Porque se o bom Deus assim permitir estarei sobre a terra até os 90...
O fato de olhar-me no espelho e ainda me ver um menino me assusta. Mas também me incomoda quando olho ao meu redor e me vejo cercado de pessoas mais jovens e me sentir tão velho.
Às vezes meu dia parece tão cinza e sem graça, às vezes tão brilhante que chega a ferir a visão... Mas ao final, quando a cor volta a aparecer, ou o brilho se torna menos intenso, percebo que é só mais um dia que se foi. A diferença é como aproveitei esse dia.
Incertezas, falhas, momentos tristes e depressivos. Luta, sofrimento, desanimo, desespero...
A gente vive e se sente cada vez mais frágil...
O que é pior, em muitas vezes acreditamos termos feito tudo certo e então o acaso nos surpreende, e nada mais será como planejamos.
Eis que então surge um novo dia.
Um novo sopro de esperança... ESPERANÇA... Acho que essa palavra é a mais linda que Deus colocou em nosso vocabulário.
Sim.. esperança pode ser a mais linda, mas a mais forte se chama VIDA!
A vida que deve ser vivida a cada dia, buscando que o dia de amanhã seja melhor que o dia de hoje.
A VIDA é a única coisa pela qual vale a pena morrer.
Para alguns homens, não há tristeza nem felicidade. Existe tão somente a vida... E para eles nada mais importa. Sentem-se como se já tivessem tudo.
Porque para eles basta estar vivo.
Para esses homens, Deus já fez muito em ter-lhes agraciado com esse presente tão maravilhoso. E não se sentem merecedores de nenhuma outra benção. Fazem seu próprio destino, escrevem sua própria história.
Eu admiro e invejo esses homens tão raros, e me esforço para ser um deles. Porque hoje para mim, bastou descobrir que estou vivo. A felicidade e a tristeza são somente dois lados da mesma moeda pela qual pagamos e recebemos pelo direito de viver. E é um preço tão insignificante.
A vida é o que realmente importa. A vida com seus altos e baixo. Vitórias, Empates e Derrotas. Com seus Heróis, Vilões, Vítimas e uma porção de coadjuvantes.
Mas o que torna a vida mais prazerosa é o convívio com outras vidas diferentes. Vidas de outras pessoas que são tão diferentes de nós. Vidas tão valiosas quanto às nossas próprias, e muitas vezes tão desvalorizadas.
Viver sozinho, talvez fosse ainda mais difícil.
E por esse motivo agradeço pela vida de vocês, que direta ou indiretamente têm contribuído para fazer minha vida mais fácil de ser vivida.
Recentemente descobri onde quero chegar, e ainda falta muito. Mas estou vivo, e isso é o que mais importa
Hoje é o meu dia.
30 anos de vida...
... e uma vida inteira pela frente.

domingo, 3 de agosto de 2008

Véu e Grinalda

Os noivos já haviam chegado, e o momento que eles mais aguardavam iria acontecer naquele momento.
Ele então desferiu-lhe um estrondoso tapa na face e lhe disse ríspido: "Você me vai até lá, e trata de pegar aquele buquê!"
Ela se levantou, limpou o rosto rubro que ainda ardia, ergueu a barra do seu vestido e correu para a frente das solteiras que se acotovelavam na esperança de um futuro melhor.
Reparou nas meninas de quatorze e quinze anos que se alvoroçavam, mas não teve tempo para se aborrecer com o fato de que aquilo ainda não era para elas.
Não pode deixar de notar as Tias velhas que nunca se casaram e que também estavam na disputa, mas não pode se irritar com o fato do momento delas já ter passado.
O pior de tudo eram as desquitadas que já tiveram sua oportunidade, mas deixaram passar, e tornava aquilo ainda mais competitivo. Mas ela não poderia perder seu tempo com coisas tão insignificantes, tinha que voltar sua atenção para tudo o que mais importava. Tinha que pegar o Buquê.
"Tenho que pegar esse buquê!" pensava ela, enquanto lágrimas lhe escorriam dos olhos.
Uma pena que ela viu a noiva.
Desgraçada! Ela poderia ser uma noiva ainda mais linda. E o seu noivo também não seria esse espantalho. Não, claro que não. Quando ela pegasse o buquê, ela poderia escolher. E é claro que o escolhido seria o filho da Lurdinha. O Henrique... Aquilo sim era um partidão...
Igreja? Não, o casamento seria em uma chácara, durante o dia. Embaixo de uma tenda shampagne, colocada sobre um gramado verde e exuberante.
E nesses devaneios se encontrava perdida e deles só saiu ao ser empurrada ao chão por uma adversária que notou o exato momento em que o buquê foi arremessado pela noiva sorridente.
Não bastasse o fato de ser atirada ao chão, ainda foi pisada por alguma tia gorda que tentava recuar enquanto algumas garotas mais ágeis despedaçavam o buquê ao tentar tira-lo das mãos da magrela sortuda.
Mas ela não viu nada disso.
Só sentiu o salto alto da gorda esmagar-lhe os braços costelas e o orgulho.

FELDON

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O abraço


Não faz muito tempo que tenho percebido que o beijo não é o importante.
O beijo já foi deturpado pelo homem, erotizado pela língua.
Foi o instrumento utilizado por Judas para trair Cristo, além de ter sido a sentença de morte de Alfredo Corleone.
Hoje em dia, beijar se tornou um ato banal. Em qualquer festa que se vai, as pessoas estão se beijando, por beijar, colecionando saliva alheia. Às vezes, acontecem até competições entre amigos e amigas, para saber quem vai beijar mais.
Acho que é por isso que dou tanta importância para o abraço.

O abraço é íntimo, sagrado e poderoso.
Pelo abraço pode-se conhecer a pessoa que está abraçando e a que está sendo abraçada. Percebemos suas intenções e a intensidade de seus sentimentos.
Um abraço falso é facilmente reconhecido.
O abraço liga dois corpos por um só sentimento. Conforta, ameniza e protege.
Abraçar é mais que um ato. É uma arte. Algumas pessoas são especialistas, em seus braços nos sentimos como se estivéssemos no céu.
Alguns abraços são inesquecíveis.
Outros inesplicáveis. Como bem disse a Beta: "Três ao todo. Eu, tu, e o mistério que abraça os abraços."
Triste é a Venuz de Milo que apesar de bela, não pode abraçar ninguém.
(FELDON)
Ps. Agradecimentos à Beta pela frase inspiradora.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

A Raposa e o Príncipe

Existe uma frase que sempre me chamou a atenção desde a minha infância até os dias atuais: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" do livro O Pequeno Príncipe, escrito por Antoine de Saint-Exupéry.
Essa frase tornou-se bem célebre, obrigatória em quase todos os blogs cor-de-rosa, agendas e diários. E por mais utilizada que seja, ela geralmente não é compreendida ou, em alguns casos, até mesmo deturpada.
Essa incompreensão acontece por um motivo simples: ela não é compreendida porque precisa ser sentida.
A Raposa, ao dizê-la para o Príncipe, alerta sobre uma das maiores responsabilidades do ser humano: a responsabilidade das suas decisões em relação à outro ser. E principalmente, com relação a um ser que foi condicionado por você, a querê-lo bem.
A lição para que se aprenda a sentir a força do ensinamento da raposa, me lembra de outra frase que de tão repetida, não se pode definir o autor: "Com o grande poder vem a grande responsabilidade".
E essa segunda máxima, vem justamente reforçando a primeira. O Ser, quando possui um poder especial para cativar, conquistar ou fazer-se amado, deve ter todo o cuidado possível perante aqueles com quem convive.
É importante deixar bem claro, desde cedo quais são os seus interesses. Não nutrir qualquer espécie de esperança que esteja fadada à uma morte prematura. E principalmente, colocar-se no lugar do outro ser, de forma a não expô-lo a situações às quais não gostaria protagonizar.
O exercício do poder com responsabilidade, só é possível quando o fazemos de forma consciente. Tendo bem calculados os riscos ou recompensas, as ações ou reações, em fim, nossos atos e consequências.
É muito triste ser cativado por alguém incapaz de mensurar o poder que possui, mas que saiba que não assumirá a responsabilidade pelas consequências do amor instigado. Talvez seja mais triste do que o amor não correspondido do Pequeno príncipe pela sua menina rosa.
(PEDRO FELDON)
Para Lizy
com todo afeto do mundo







terça-feira, 8 de julho de 2008

A Cada Estação


Estava imaginando como a vida do ser se parece com uma viagem de trem.

Uma grande viagem de trem.

Quando embarcamos, começa a jornada. Vemos coisas novas a cada instante, conhecemos pessoas que entram e saem dos vagões onde nos encontramos. Algumas nos acompanham por muito tempo, outras só por alguns instantes, mas todas elas tem seu valor tem a sua importância.

Em alguns trechos desta viagem, percorremos caminhos tranquilos, sob trilhos bem cuidados com companhias agradáveis, e podemos aproveitar as paisagens e esses momentos são aqueles que mais sentimos falta quando nos aproximamos da parada final. Em outros trechos, a viagem é complicada, por caminhos sinuosos, trilhos perigosos, companhias nem sempre memoráveis, são momentos que gostaríamos de esquecer, mas são os momentos em que mais crescemos, em que mais aprendemos, em que mais nos fortalecemos.

A viagem é longa, mas o tempo passa rápido. Cada passageiro aproveita melhor sua viagem quando se recorda constantemente que a cada estação sua viagem pode chegar ao fim.

Quando pensamos assim, aproveitamos mais as boas companhias, nos afastamos das companhias ruins, apreciamos mais as paisagens, o por do sol, a chuva na janela, e principalmente: interagimos mais com o maquinista.

O mais importante é viajar, escolher seu vagão, selecionar suas companhias... afinal, a vida segue e a viagem também.



(PEDRO FELDON)

quinta-feira, 3 de julho de 2008

A Fidelidade de Deus!!!

Existem algumas situações que me fazem sentir o ser mais ignorante deste mundo. Com isso eu imagino quanto conhecimento ainda tenho que buscar.

Faz algum tempo que tenho notado uma frase que tem me chamado a atenção de forma especial, pelo simples fato de ter se difundido tão rapidamente. Tenho encontrado essa frase em adesivos nos carros, em cartazes e até em pixações pelos muros da cidade. Onde vou há sempre a expressão "DEUS É FIEL" pelo caminho. E sempre que meus olhos deparam com essa expressão, eu me sinto um imbecil por não compreende-la, por não não ser capaz de entender o seu significado.

Em todas as religiões com as quais já tive algum contato, tive a oportunidade de conhecer um Deus poderoso que ao mesmo tempo que é todo amor também é todo fúria contra aqueles que deixam de cumprir as suas leis.
As sagradas escrituras, aceitas pela grande maioria das religiões, nos apresentam um Deus soberano, onipotente que, por ter nos criado a sua imagem e semelhança e por nos amar acima das demais criações, fez com seu querido povo uma aliança que nos é lembrada e cobrada frequentemente por nossos pastores, padres etc. A aliança feita pelo Todo Poderoso com seus filhos mortais, consiste em uma espécie de contrato no qual nós, que somos a parte hiposuficiente nesta relação, nos comprometemos a respeitar as leis divinas em prol de uma vida melhor, aqui e na vida eterna.
Mas nesta relação, somos formiguinhas que vivem pela compaixão de um grande pé que decidiu não acabar com nossa existência. E como não temos poder ou influência sobre este pé gigante, só podemos servi-lo e obedece-lo.

O que eu não consigo entender com tudo isso, é como as formiguinhas insistem em enaltecer , e em algumas vezes até exigir a fidelidade do pé.


Realmente, olhando pelo lado lógico e pelo lado religoso da coisa toda, Deus não tem que ser fiel com nada nem com ninguém, e nós sim é quem devemos fidelidade ao mesmo.

Juro que não consegui compreender o sentido desta expressão, que aparentemente reduz o Criador a um ser do qual se pode exigir algo ou alguma coisa. Talvez essas pessoas que acreditem na fidelidade divina, estejam confundindo em que lado estão nesta relação. Ou talvez minha total ignorância não tenha me possibilitado entender o sentido mais pop desta frase: Deus é fiel, porque o Corinthians é o "Todo Poderoso Timão!"
(PEDRO FELDON)
"P.S. O escritor deste não é Corinthiano"

quarta-feira, 2 de julho de 2008

VÍCIOS MODERNOS








Era sábado à tarde quando no vai e vem movimentado dos corredores do Shopping, que Roberto, ao sair da loja de CDs encontrou seu amigo Marcão sentado em uma mesinha em frente às lojas de doces.
- Fala aí Marcão! Você por aqui?
- E aí Beto. Vim almoçar e acabei matando o tempo. Senta aí e me conta as novidades. Comprando muito?
- Pois é velho, vim comprar alguns CDs.
- Eu estou vendo. Mas... isso tudo aí são CDs? Devem ter mais de 30 CDs nessa sua sacola. Não é muita coisa não?
- Pois é... Mas fazer o que? A final, eu sou viciado em CDs. Vai me dizer que você também não tem algum vício?
Marcão ficou em silêncio, como se não tivesse escutado aquela pergunta.
- Em Marcão? – insistiu Roberto – Diz aí! Você também deve ter o seu vício.
- Esquece isso, é melhor mudar de assunto.
- Qual o que? Que mudar de assunto que nada! Não precisa ficar com vergonha. Todo mundo tem algum vício. Não é vergonha nenhuma expor o seu a um amigo.
- Não é isso não. Sei lá... só não gosto de comentar esse lance. Só isso.
- Deixa de besteira Marcão. Pode falar. Não precisa se preocupar. – insistia Roberto, agora quase não se contendo de tanta curiosidade.
- Está certo, Beto. Mas queria te pedir para não contar para ninguém.
- Opa, Opa, Opa... Está me estranhando Marcão? Somos amigos! Você se esqueceu? O que quer que você venha a me contar, por mais estranho ou esquisito que seja, vai morrer aqui! Você sabe muito bem disso. Mas me conta logo. É alguma coisa bem cabeluda não é? Alguma coisa bem pervertida, logo vi! - continuava Roberto já não conseguindo mais se conter.
- Para com isso Beto! Olha aí. Já começou a sessão-besteira. Não é nada disso. Só que eu acho que meu vício é meio estranho. Só isso!
- Está bem. Mas vai me dizer ou não?
- Então... - começou Marcão meio constrangido - Eu sou viciado em celular.
- Como? Celular?
- É celular! Por que? Não pode?
- Pode! É claro que pode. Só que... – continuou Roberto meio decepcionado - Esse seu vício não tem nada de estranho não. Não vejo nada de estranho em ser viciado em comprar celular. A final muita gente gosta de trocar de celular.
- É... mas acho que você não entendeu. Eu cheiro celular!
- Como é que é? – perguntou Roberto assustado - Você cheira celular?
- Olha aí está vendo... - resmungou Marcão que naquele momento já tinha se arrependido de deixar aquela conversa ter ido tão longe. – é por isso que eu não gosto de comentar esse assunto com ninguém.
- Mas é realmente estranho! É a primeira vez que vejo alguém viciado em cheirar celular!
- Fala baixo Beto! - interrompeu Marcão - Você está louco? Não acabei de falar que não gosto de comentar isso?
- Eu sei, desculpe. Mas me conta aí, como foi que isso começou? Cara é muito louco!
- Acho que começou quando eu tinha uns 13 anos. Meu pai apareceu em casa com um Motorola tijolão, que ele havia acabado de comprar. Era a maior novidade. Já no primeiro dia, quando o celular ficou sobre a mesa e não tinha ninguém olhando, pintou aquela vontade de cheirar aquele telefone. Essa vontade chegou do nada e tomou conta de mim. Não resisti. Peguei o celular e levei para o meu quarto.
- Mas e aí? Como é que foi?
- Cara! Foi doido demais! Foi a sensação mais louca que eu já senti em toda a minha vida. Depois daquela primeira cheiradinha, eu não consegui mais parar. Sempre que o meu pai descuidava, eu levava o celular dele para o meu quarto e ia cheirar escondido. Foi assim até eu comprar meu primeiro celular. Era um nokia daqueles mais antigos, com a anteninha externa, visor monocromático. Simples mesmo. Mas era o máximo. Cheirei tanto que o aparelho desbotou.
- Ta brincando?
- Sério velho!
- Caraca! Pirei pra você!
- Pirou? Mas então, deixa eu te contar. O mercado de telefonia móvel aumentou, empresas novas apareceram com aparelhos cada vez mais cheiráveis. Eu vivia trocando de aparelho. Tinha mês que tudo o que eu ganhava no trabalho, usava para trocar de celular, comprar os novos lançamentos. E toda semana tinha lançamento. Aqueles com as anteninhas externas eram o máximo, além de cheirar pra caramba eu ainda enfiava a anteninha dentro do nariz, só para sentir aquela coceirinha enquanto cheirava. Aqueles que abriam em duas partes que nem um livro então, eram meus preferidos, porque eu fechava as duas partes em meu nariz e cheirava até cansar. Só não curtia muito os celulares da Erickson, que me davam uma puta dor de cabeça. Mas é isso aí. Você me perguntou.
- Caraca velho... muito estranho.
- Pois é... fazer o que? Vicio é vicio.
- E hoje você ainda cheira assim?
- Às vezes eu ainda dou uma cheiradinha, mas não tanto quanto antes. Mas Beto - falou Marcão já se levantando - Vou indo nessa! E por favor... já sabe, não é?
- Pode ficar tranqüilo meu irmão. Esse assunto morreu aqui.
E cada um foi para seu lado.
Roberto, no caminho para casa, demorou um bom tempo para tentar entender o vício estranho do seu amigo.
Em casa, ainda perplexo com o que ouviu de Marcão, sentou ao sofá e começou a desembrulhar seus CDs. “Pensando bem... cada um com o seu vício” – pensou Roberto em quando abria cada um de seus CDs. A cada CD aberto, ele começava a lambe-lo. E a cada lambida um êxtase inexplicável tomava conta do seu ser.







PEDRO FELDON

Chobits (ちょびっツ)


Alguns talvez nunca tiveram contato com este anime/mangá. Mas eu achei interessante fazer um comentário sobre ele por um motivo especial que direi mais à frente.
A história, com 26 episódios, se passa na cidade de Tóquio, no século XXI, onde Hideki, um jovem recém chegado do interior, fica fascinado com a nova tecnologia disponível: os persocons, computadores pessoais que chamam a atenção por serem tão semelhantes aos seres humanos, e tão evoluídos que começam a substituir os seres humanos em quase todas as suas funções como nos serviços domésticos, no comércio, na indústria, como companhia pessoal e até mesmo como brinquedos sexuais, já que a grande maioria dos persocons vêm no formato de lindas e doces garotas.


Hideki, no começo, tem certa dificuldade em distinguir as persocons das garotas reais, mas logo percebe que os robôs tem fios e cabos que saem de seus ouvidos, e muitas vezes ficam ocultos por suas grandes orelhas, por onde podem ser conectados a outros hardware ou instalados novos software. E para Hideki que não passa de um pobre estudante que mal consegue se sustentar na cidade grande, é frustrante não ter condições para comprar seu próprio persocon, enquanto quase todos já tem o seu.

Como todos os romances orientais, a trama fica mais densa, quando Hideki ao voltar do trabalho durante à noite, encontra no lixo uma linda persocon que leva para casa. Ao liga-la descobre que alegria de pobre dura pouco, já que sua robozinha não tem nenhum programa instalado, e só sabe dizer "chii", nome que acaba dando a ela.



Como não tem dinheiro para comprar e instalar os programas e realizar todas as suas fantasias de adolescente, Hideki é obrigado a ensinar tudo a Chii, desvendando seus mistérios, e descobrindo que talvez possua uma rara persocon, da lendária série Chobits (Uma lenda urbana que pregava a existência de uma série especial daquelas máquinas, capazes de desenvolver personalidade e ter sentimentos próprios)


Tanto o mangá quanto o anime são belos de serem vistos, a história é bem interessante e envolvente, mas o que me fez escrever sobre esse assunto, foi algo que tenho visto muito ultimamente. A grande quantidade de garotas no desabrochar da juventude, lindas como tudo o que é novo costuma ser. Vestem-se como menininhas, mas de forma bem mais provocante e apelativa. E para meu susto, os cabos dos fones dos Mp3s, que saem de suas orelhas se misturando aos seus cabelos, me deixaram confuso tal como o Hideki, quando viu pela primeira vez as persocons.

Ultimamente, tenho me visto perdido em meio a beleza dessas persocons humanas que transitam pelas ruas, indiferentes a tudo e a todos que não constem nos programas instalados em seus bancos de dados. Garotas dotadas de uma beleza que nos inibe, a tal ponto de nada mais querer, além de olhar, hipnotizados pelas leves cores (que imita o Chobits) deste anime real , no qual somos personagens. Garotas que seguindo as tendências da moda, perdem sua individualidade e até mesmo sua personalidade. Isentas de conteúdo e que nada acrescentam nem a si mesmas, nem aos seus ficantes e ainda menos ao mundo no qual desfilam.
Resta à este herói, perdido em seus devaneios, três alternativas: juntar-se ao "coro dos contentes" e adquirir também sua própria robozinha; encontrar alguém humano neste mundo tão artificial; ou torcer para que o acaso lhe sorria mais uma vez, trazendo de volta sua Chii.




A cidade dorme... mas a sina dos heróis continua...
PEDRO FELDON
(para Kássia)

terça-feira, 1 de julho de 2008

FELDON'S LIFE


Olá pessoas,

Bem vindas à minha vida!



Seguindo o exemplo de meu amigo José Eduardo, amigo que atualmente é detentor da minha mais completa admiração, resolvi criar essa página para expressar minhas idéias e pensamentos.



O espírito e a alma, tornam os seres humanos diferentes de todos os outros seres, com possibilidades ilimitadas, vinculando-nos uns aos outros, ao Universo e principalmente à Força de onde nos originamos.



Entretanto, esse presente Divino, não é gratuito. Somos responsáveis pelos nossos atos, e temos a obrigação de fazer bom uso deste dom, evoluindo sempre, como indivíduos e consequentemente como elementos do conjunto do qual fazemos parte.



Esse blogger é parte do meu processo de evolução. É um dos locais onde exercito minhas idéias e posso dividi-las com outros seres que aspiram vôos mais altos ou mesmo discordem de algum ponto de vista. Isso porque, o processo de evolução apesar de individual, necessita do auxilio de outras pessoas.



Essa é apenas uma introdução de tudo o que estar por vir. E como exercício da gratidão, ficam meus agradecimentos especiais aos seres que me instigaram a escrever cada vez mais: o já citado amigo José Eduardo; Raumsol; TH (meu irmão e minha consciência adjunta); e à todas as garotas que partiram meu coração...


(PEDRO FELDON)