quarta-feira, 2 de julho de 2008

Chobits (ちょびっツ)


Alguns talvez nunca tiveram contato com este anime/mangá. Mas eu achei interessante fazer um comentário sobre ele por um motivo especial que direi mais à frente.
A história, com 26 episódios, se passa na cidade de Tóquio, no século XXI, onde Hideki, um jovem recém chegado do interior, fica fascinado com a nova tecnologia disponível: os persocons, computadores pessoais que chamam a atenção por serem tão semelhantes aos seres humanos, e tão evoluídos que começam a substituir os seres humanos em quase todas as suas funções como nos serviços domésticos, no comércio, na indústria, como companhia pessoal e até mesmo como brinquedos sexuais, já que a grande maioria dos persocons vêm no formato de lindas e doces garotas.


Hideki, no começo, tem certa dificuldade em distinguir as persocons das garotas reais, mas logo percebe que os robôs tem fios e cabos que saem de seus ouvidos, e muitas vezes ficam ocultos por suas grandes orelhas, por onde podem ser conectados a outros hardware ou instalados novos software. E para Hideki que não passa de um pobre estudante que mal consegue se sustentar na cidade grande, é frustrante não ter condições para comprar seu próprio persocon, enquanto quase todos já tem o seu.

Como todos os romances orientais, a trama fica mais densa, quando Hideki ao voltar do trabalho durante à noite, encontra no lixo uma linda persocon que leva para casa. Ao liga-la descobre que alegria de pobre dura pouco, já que sua robozinha não tem nenhum programa instalado, e só sabe dizer "chii", nome que acaba dando a ela.



Como não tem dinheiro para comprar e instalar os programas e realizar todas as suas fantasias de adolescente, Hideki é obrigado a ensinar tudo a Chii, desvendando seus mistérios, e descobrindo que talvez possua uma rara persocon, da lendária série Chobits (Uma lenda urbana que pregava a existência de uma série especial daquelas máquinas, capazes de desenvolver personalidade e ter sentimentos próprios)


Tanto o mangá quanto o anime são belos de serem vistos, a história é bem interessante e envolvente, mas o que me fez escrever sobre esse assunto, foi algo que tenho visto muito ultimamente. A grande quantidade de garotas no desabrochar da juventude, lindas como tudo o que é novo costuma ser. Vestem-se como menininhas, mas de forma bem mais provocante e apelativa. E para meu susto, os cabos dos fones dos Mp3s, que saem de suas orelhas se misturando aos seus cabelos, me deixaram confuso tal como o Hideki, quando viu pela primeira vez as persocons.

Ultimamente, tenho me visto perdido em meio a beleza dessas persocons humanas que transitam pelas ruas, indiferentes a tudo e a todos que não constem nos programas instalados em seus bancos de dados. Garotas dotadas de uma beleza que nos inibe, a tal ponto de nada mais querer, além de olhar, hipnotizados pelas leves cores (que imita o Chobits) deste anime real , no qual somos personagens. Garotas que seguindo as tendências da moda, perdem sua individualidade e até mesmo sua personalidade. Isentas de conteúdo e que nada acrescentam nem a si mesmas, nem aos seus ficantes e ainda menos ao mundo no qual desfilam.
Resta à este herói, perdido em seus devaneios, três alternativas: juntar-se ao "coro dos contentes" e adquirir também sua própria robozinha; encontrar alguém humano neste mundo tão artificial; ou torcer para que o acaso lhe sorria mais uma vez, trazendo de volta sua Chii.




A cidade dorme... mas a sina dos heróis continua...
PEDRO FELDON
(para Kássia)

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