domingo, 30 de outubro de 2011

Ahhh O Futuro!!!

Amanda é uma bela garotinha de tranças compridas e cor de mel, mas ainda não descobriu que tem cancer e o que o tratamento fará com seus cabelos.
Rafaela é uma garotinha magra, alta e sem graça que mora no final da rua, e ainda não sabe que quando fizer 19 anos será eleita a modelo mais cara do mundo.
Ronald é um belo garoto que veio de Londres com seus pais passar férias no Brasil, mas ainda não sabe que o tio da praia não é um homem confiável.
Leopoldo é um garoto forte e brigão, mas um dia irá ser chamada de Lêlê pelas outras Drags de Manhatan.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Tateando no escuro...

Há quanto tempo eu estou por aqui
Andando, tropeçando, tateando no escuro do teu querer que muitas vezes não quer assim tão bem.
Há quanto tempo eu procurei em você
As coisas que eu a via mostrar para o resto do mundo e ocultava da minha presença.
Há quanto tempo voce achou que eu iria seguir neste rítimo...
... E por isso eu vou,
Antes que a morte venha
Ou pior que isso... Antes que eu viva uma vida miserável

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Que venha!

É quase meia noite.
Acabo de sair do cinema, sozinho... como entrei.
A noite aqui fora está fria, e minha jaqueta de couro faz com que eu a sinta muito agradável, perfeita para andar a esmo durante horas.
Andar e pensar. E depois, como sempre não chegar a nenhum lugar e sem nenhuma conclusão.
Só que eu fiz o contrário...
Decido correr para casa. Para minha cama, meu travesseiro...
... me preparar para o dia de amanha.
Independente do que virá estarei esperando.
Tenho tudo para me sentir triste...
Mas não estou.
Tenho tudo para me sentir inseguro...
Mas não estou.
Que venha um bom sono! Que venha o dia de amanha!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Eu Escuto Punk Rock!!!

Talvez você não saiba...
Realmente, eu também até pouco tempo não sabia. Mas tenho algo a confessar.
"EU GOSTO DE PUNK ROCK!!!"
Então você, que já me conhece diria: "Ora essa! Eu já sabia!!!"
Realmente, mas então eu te diria porque eu gosto de Punk Rock:

As Guitarras distorcidas.
A Bateria que confunde com as batidas do meu peito.
As Músicas rápidas e simples com poucos acordes.
As Letras inaudíveis que passam desapercebidas aos berros do vocal.
É isso que eu gosto no Punk Rock

Quando ouço Punk posso calar meus pensamentos, sem esforço, sem nenhuma obrigação, sem responsabilidade.
Ele não me obriga a pensar. Não me obriga a refletir. Sua agressividade acalma meus instintos e liberam minha mente para novos pensamentos, novas reflexões.

Quando meu peito doi, eu ouço Punk Rock... Aquele som é capaz de aplacar a dor. Faz que eu esqueça que sinto dor... Na verdade eu passo a não sentir nada...

Eu não estou falando do visual... Não visto trapos, não uso moicano, e não tenho o "A" tatuado!
Eu não estou falando das letras... Não sou tão inocente ou ignorante para imaginar que ali existe poesia!
Eu não estou falando do ideal... Não acredito na anarquia, e não lutaria por uma causa sem sentido!
Eu falo do som. Do barulho. Dos gritos. Das batidas.
Apenas tenho que confessar: Eu Escuto Punk Rock!!!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Diálogos... que queria não ter escutado...

- Nossa! Mas você é tão gay!

- Ai brigada! Eu me esforço tanto...

***

- Qual o seu nome?
- Pode me chamar de macho... Seu macho!

***

- Você viu que Loira?
- Completinha heim! Até vota pra prefeito!

***

- Então o senhor conheceu a minha mãe?
- Conheci sim. Ela era muito famosa aqui na região: "A mulher que escadeirou o jegue!"

***

- Você me disse que minha mulher não saiu sozinha. Então saiu com quem?
- Não sei o nome dele não senhor. Mas aqui todo mundo conhece ele por Cigano do Amor.

***

- Amor acorda! Lembrei o que eu queria falar mais cedo.
- ... Mas agora? São 3:00h da manha!
- Mas se eu não falar agora eu esqueço!
- (suspiro) Ta... então fala!
- Vai toma no cu!

A SINA DOS HERÓIS

Você liga a TV e eu estou ali

Fazendo coisas, muitas coisas das quais
Faço sem muito esforço
E que nenhum outro seria capaz

Eu me apresso e saio voando
Sempre tentando chegar na hora
Mas a visão raio X está úmida
Não te encontro, e o que faço agora?

Tantos vilões, Tantas armadilhas
Vou salvando o mundo a cada minuto todo dia
Escondendo atrás desta máscara
A identidade secreta de super-vida vazia

Depois do único beijo ela me disse:
“Você vai ter que agüentar, eu sei como dói
Todo dia é uma luta, no final terminar só
É a tua sina de Herói”

E o meu coração mutante e sozinho
depois de tanto sofrer
Desaparece, se tele transporta,
mas sempre volta quando te vê

E ele se sente nas nuvens
como se flutuasse ou pudesse voar
Mas logo se desintegra
lembrando que nunca vai poder amar

Se cobre em pele de aço
sempre tentando se proteger
Quisera ter magnetismo
para me aproximar de você

E lembra do único beijo
“Você vai ter que agüentar, eu sei como dói
Todo dia é uma luta, no final terminar só
É a tua sina de Herói”

(Escrito em uma tarde de 2005)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Em um porto qualquer


Era setembro em um porto qualquer.
O ano era 1964.
O sol da tarde já ia longe, quando ele entrou pela porta na qual estava escrita "tatooagens"
Já acostumado com o tipo que entrava trajando o comum uniforme da marinha e carregando sua sacola às costas, o homem de negras barbas por tras do balcão continuou a olhar sua revista de mulher nua.
O marinheiro desfez de sua carga jogando-a em um canto, e ficou por ali... olhando os desenhos que estavam expostos nas paredes de madeira branca.
Depois de algum tempo, o "barba negra" fechou a revista, pegou suas agulhas, tintas, aprontou a cadeira e disse:
- E então marujo? Vamos começar?
O marinheiro tirou a camisa e se sentou na cadeira.
- O que vai ser? - perguntou o tatuador.
Em sua mente não havia dúvidas, quando respondeu:
- Um coração! No lado esquerdo do peito.
- Deixou o seu em algum lugar?
E com um suspiro capaz de mensurar o tamanho de sua dor ele respondeu:
- Acho que deixei só metade. A outra ficou aqui para eu sentir dor e saudade.
- Entendo... - disse calmamente enquanto deixava as agulhas. Abriu um armário, retirou uma velha garrafa de rum, a qual abriu com os dentes e extendeu ao marinheiro - Beba! Vai aliviar a dor.
- Não vou sentir dor com essas agulhas.
- Não é dessa dor que estou falando. Estou falando da dor de dentro.
...
No rádio tocava Beatles. A música era "All My Loving". As vozes dos garotos ingleses que diziam: "And then while I'm away. I'll write home every day. And I'll send all my loving to you"
Enquando o "barba negra" fazia seu trabalho, ele olhava pela janela o mar que se confundia com céu o horizonte, procurando saber para quem escreveria sua carta. Para quem mandaria todo o seu amor?
A dor no peito recomeçava.
Não era a dor das agulhas, mas sentia um tremor percorrendo seu corpo.
Virou mais uma vez aquela garrafa com a bebida cicatrizante.
O rude homem de barba negra suspendeu seu trabalho. Olhou para aquela alma sentada em farrapos à sua frente. Desligou o rádio no meio da música, foi até a janela e a abriu. A brisa do mar entrou, tomando conta do recinto. Tomou a garrafa da mão do marujo e virando em sua boca tomou seu trago costumeiro, antes de começar a cantar.
O velho lobo do mar começou então a entoar um velho e conhecido "cântico do mar".
Uma canção pirata que falava de homens valentes e descrentes. De criminosos e vagabundos, que esquecido e odiados por deus, iriam viver e morrer no mar.
O canto falava de guerra, de lutas, de mulheres baratas, de todo tipo de pecado.
E falava do rum.
O voz do "barba negra", que era quase um brado guerreiro, saia pela janela contagiando a vizinhança que acompanhava a velha canção. Marinheiros, pescadores, policiais, ladrões e vigaristas.Todos aqueles homens que viviam do mar, pararam suas tarefas e cantaram o hino dos miseráveis.
E durante aquele tempo, não existia dor. Só o imperioso orgulho de ser homem. Durante aquele momento, não havia mais paixão. Só o profundo amor pela liberdade azul que se perdia no horizonte. E naquele instante, a única saudade que reinou, foi a saudade do mar.
E o marujo na cadeira do tatuador também cantou. E bebeu. E esqueceu de sua dor.
E a tatooagem foi feita, com algumas alterações, é claro.
No centro do coração podia se ler "Amar o Mar".

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Erros e Acertos

Hoje descobri, muito tarde, que cometi um erro.
Interessante como um erro muda tudo. Muda todo o final da história.
Impressionante como depois de muito sofrer nos tornamos mais fortes.
Incrível como aprendemos mais com a derrota do que com a vitória.
Inacreditável que um homem pode escrever um lamento como esta música:

Oh meu deus
Guiai meus pés guiai
Me dê meu deus
Promessas que não fiz
Não sei, não sou feliz
Sofrer, meu deus, não quis.
Quis saber
Da paz viver eu quis
No ar meu deus
Voar pelos seus céus
Perdão se quis chorar
Chorei, perdão não quis
Não lhe quis meu deus
Não quis ouvir o som dos teus clarins
Os meios seus não eram os meus fins
Não quardei você
E o sol não quis brilhar perto de mim
E a vida não me quis por isso eu vim.

Quando acordo de madrugada, e o sono me falta. O pesadelo que me desperta assume formas imensuráveis.
Mas um novo sono me tras tranquilidade.
Amanhã, eu já não lembrarei daquele pesadelo.
Mas dos erros e derrotas a gente nunca se esquece.
Sigo em frente...
... errando
... perdendo
... mas sempre aprendendo

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Sopro divino em uma noite de verão


Em uma época em que eu rezava, aprendi inconscientemente a reconhecer que o Bom Deus em sua sabedoria sempre soube:
O que eu quero
O que eu gosto
O que eu preciso
O que eu mereço

Com o passar do tempo, a gente perde a crença e a fé, substituindo-as pelo conhecimento. Deixa de acreditar em Deus para tentar entende-lo, senti-lo, fazer parte de um todo que são seus planos superiores.
Percebe que diante do grande plano traçado pelo universo, não somos nada.
Sem  perceber, por descuido, em alguns instantes a gente perde a esperança.
Por sorte existe a vida, amigos, a noite companheira e o dia de amanhã com novas oportunidades.
Por sorte, hoje acordei vivo...
... e isso já mais que o suficiente.