Eu estava sob a marquise enquanto Jéssica descia a rua. Chovia forte naquele dia escuro apesar de ainda ser pouco mais de meio dia.
Caminhava pela rua enfrentando uma torrente de água que descia pela sarjeta enquanto segurava seu guarda chuva novo com lona rosa e cabo de madeira.
Fiquei observando a firmeza de seus passos enfrentando a corrente que se intensificava com o passar do tempo. O vento forçava o guarda chuva como se tentasse tomar de suas mãos. Mas ela resistia bravamente. Era um guarda chuvas do tipo que não se fabricam mais, aqueles de cabos de madeira e lona reforçada. Uma lona com motivos florais, que faz lembrar as antigas cortinas da casa de nossa avó materna. Talvez por isso ela goste tanto deste guarda chuvas.
Com ele seguro em suas mãos ela sai para desfilar sob o temporal mais terrível. Raios e trovões não a amedrontam. Vai pisando firme com sua galocha branca e empunhando seu guarda chuvas, que mais parece um retrato da primavera nesta chuva de verão
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