domingo, 4 de março de 2012

Ao abrir uma gaveta

Hoje eu abri uma gaveta esquecida de um velho guarda roupa.
E junto com aquele cheiro de guardado chegaram as lembranças.
Encontrei algumas cartas, algumas fotos, alguns objetos dos quais nem me lembrava mais.
Encontrei também uma velha coleção de HQ japoneses.
Lembrei de quando minha vida era como um mangá. Que se começa a ler de tras para frente, meio complicado, com a sequencia lógica de quem não se preocupa muito com a lógica, e está sempre fazendo sua própria sequência.
De quando eu ficava pequeno perto da garota que eu gostava, ou quando em desespero abria minha boca como se fosse engolir o mundo em um grito incontível.
De quando meu tamanho se agigantava diante de uma vitória gloriosa sobre questões simples do dia a dia.
De quando a vida era colorida à cores fortes e vibrantes.
De quando me sentia como um herói em defesa da garota de roupas curtas e com cara de garotinha indefesa.
De quando eu ouvia o meu nome gritado por um bando de gente que torcia por mim.
Acho que está na hora de fechar gavetas e voltar a escrever a minha história.
Colocar um pouco mais de cores, emoções... sei lá, talvez mudar o enredo, criar novos personagens.
Como diria um velho amigo meu: "O importante é escrever. Escreva abobrinhas, repolhos e beterrabas. Escreva a todo o instante. Escreva e você se sentirá vivo... Até mesmo após a a sua morte."

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